«Encontrei uma solução que gostaria de apresentar. Em vez de me cortarem um quarto no vencimento, bastaria despedir nove de entre os meus colegas que, ao longo dos anos, não escreveram dez linhas aproveitáveis. Já agora, talvez não fosse má ideia pôr na rua os docentes que não preparam aulas, os que faltam aos compromissos académicos, os que promovem os amigos e os que andam a "salvar" o mundo com propaganda que introduzem na sala de aula (...)
Livre desta canga, o Ministério das Finanças poderia distribuir o dinheiro de forma mais justa. Vejamos o meu caso: com a verba dos nove colegas dispensados, eu passaria a receber uma remuneração idêntica à auferida pelos colegas suíços, num escalão da carreira universitária idêntico ao que ocupo, o que contribuiria para aumentar a alegria de viver.
Maria Filomena Mónica, 29-10-2011
sábado, 29 de outubro de 2011
A solução de Maria Filomena Mónica para a crise
Hoje, no Expresso, Maria Filomena Mónica igual a si mesma:
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2 comentários:
Tenho a ideia de que a MF Mónica é aposentada da Universidade de Lisboa/Instituto de Ciências Sociais. É uma excelente escritora mas nunca deu muitas aulas.
Vou mais longe do que a MFM: não compreendo como é que os professores universitários são funcionários públicos. De facto para os melhores dos melhores, resulta inexplicável que se abriguem sobre essa protecção... A gente competente emprego é coisa que não falta, aqui ou noutro país.
Por outro lado faz falta - há muito tempo - um índice de empregabilidade dos bacharéis, licenciados, mestres, doutores e pós-doutores... Curso onde esse valor fosse inferior a 80% devia fazer soar as campainhas no Ministério da Educação, e inferior a 70% a totalidade do custo da sua existência (desde o edifício aos ordenados do pessoal) do curso tinha de ser suportada integralmente pelas propinas dos alunos ou doações de mecenas, senão fechava-se a porta. É completamente pateta um Estado falido (ainda por cima), sustentar feiras de vaidades para formar gente que inevitavelmente irá aumentar o número de desempregados, e que por isso nunca pagará impostos para compensar o investimento que neles foi feito através do dinheiro dos contribuintes, os mesmos contribuintes que daqui a uns anos vão estar à espera que alguém continue a pagar para receberem a reforma...
Tal sistema teria ainda o mérito de pôr em sentido os calões e incompetentes profissionais mascarados de professores que abundam nas nossas faculdades (que a MFM refere). É aliás espantoso que existam cursos onde a maioria dos professores o seja, por terem sido nomeados «por urgente conveniência de serviço»...
AM
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