sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Obama ou Romney? (1)

A visita, virtual, à The American Conservative é algo a que há muito me habituei a fazer e da qual, com regularidade, por aqui vou fazendo eco de alguns dos seus artigos. Com a aproximação do dia 7 de Novembro, os seus colunistas habituais foram convidados a pronunciar-se publicamente quanto à pergunta que titula o post. David Gordon respondeu assim (minha tradução):
"Eu não irei votar na Terça-Feira que vem. Obama demonstrou ser uma grande decepção para todos aqueles que esperavam que ele iria refrear o belicismo de George Bush. Pelo contrário, Obama continuou a nossa guerra insensata no Afeganistão e parece agora empenhado numa guerra contra o Irão e contra a Síria. Milhares de militares e "empreiteiros" permanecem no Iraque. Em flagrante desrespeito da decência moral e do direito internacional, vem ordenando ataques com drones que matam pessoas inocentes ("danos colaterais") e tem reivindicado e exercido um suposto direito a matar cidadãos americanos por seu único e exclusivo critério [a kill list].

Romney, surpreendentemente, critica Obama por não ir suficientemente longe. Precisamos aumentar o orçamento de defesa, diz ele, embora a nossa despesa em matéria de armamento exceda a de todas as outras nações industrializadas tomadas no seu conjunto. Ele acha que Obama não tem actuado com suficiente ferocidade contra o Irão, e ele e Obama competem entre si confessando o seu compromisso incondicional para com as contínuas complicações do Médio Oriente ao lado de Israel.

Na política interna, embora Romney prometa revogar a Obamacare, as suas próprias propostas exigem um intrusivo controlo governamental nos cuidados de saúde. Ele não propõe nenhuma reforma fundamental do nosso inflacionário sistema monetário e bancário. Ele é mais um na longa lista de candidatos republicanos que pretendem que o estado domine a economia ao mesmo tempo que declaram a sua devoção ao mercado livre. Relativamente a Obama e ao mercado livre, não é necessário dizer rigorosamente nada.

Por que não apoiar então Gary Johnson? Eu não acho que ele tenha rompido o suficiente com as premissas estatistas dominantes da política contemporânea, embora, a seu crédito, tenha dado passos neste sentido. Aqueles que defendem uma política externa não intervencionista vêem com desconfiança a sua declaração de que "As nossas forças armadas devem continuar a ser as mais poderosas para o bem na Terra". Na política interna, ele apoia o chamado "Imposto Justo" [Fair Tax]. A "justiça" de um imposto nacional punitivo sobre as vendas escapa-me.

Há apenas uma figura política proeminente a nível nacional que defende um mercado completamente livre e uma política externa não intervencionista. Eu apoiaria entusiasticamente Ron Paul, mas, infelizmente, ele já não é um candidato."

1 comentário:

OCTÁVIO DOS SANTOS disse...

Uma resposta indirecta a esta posição pode ser encontrada em...

http://www.realclearpolitics.com/video/2012/11/01/bill_whittle_makes_appeal_against_protest_votes.html