«Os argumentos intelectuais usados pelo Estado ao longo da história para "construir o consenso" do público podem ser classificados em dois grupos: 1) que o regime do governo existente é inevitável, absolutamente necessário e muito melhor do que os males indescritíveis que se seguiriam à sua queda; e 2) que os governantes do Estado são homens particularmente grandiosos, sábios e altruístas - bem mais grandiosos, sábios e melhores que os seus simples súbditos. Em tempos passados, este segundo argumento tomou a forma do regime de "direito divino" ou do próprio "governante divino", ou de uma "aristocracia" de homens. Nos tempos modernos [...] este argumento enfatiza o regime de uma sábia associação de "peritos científicos", especialmente dotados do conhecimento da arte de governar e dos factos misteriosos do mundo. A utilização crescente do jargão científico, especialmente nas ciências sociais, permitiu aos intelectuais tecer a apologia do regime estatal que rivaliza com o antigo poder sacerdotal do obscurantismo. Por exemplo, um ladrão que presumisse justificar o seu roubo dizendo que estava na verdade a ajudar as suas vítimas por via das suas despesas [com o produto do roubo - N.T.], proporcionando assim ao comércio retalhista um necessitado estímulo, seria apupado de imediato. Mas quando esta mesma teoria é revestida de equações matemáticas keynesianas e de impressionantes referências ao "efeito multiplicador", ela transporta uma muito maior convicção a um público iludido.»
Murray Rothbard
sábado, 17 de maio de 2014
Citação do dia (163)
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