“Vai ser uma fim-de-semana interessante na Europa. Na União decorrem as eleições para o parlamento europeu. Para salvar o euro, um pequeno grupo de indivíduos teve de pôr de lado as regras e os princípios democráticos. Os banqueiros centrais apostaram que a experiência de imprimir dinheiro e intervir nos mercados dariam lugar a uma economia a crescer de modo sustentado. Há custos elevados associados a estes actos, nomeadamente uma Europa e um Mundo progressivamente mais polarizados.(...) Para salvar o euro, um pequeno grupo de oficiais e burocratas – incluindo, não esqueçamos, o presidente Obama – tiveram de impor uma Europa mais uniforme. Mais regras, mais restrições e mais operações ditadas de Bruxelas e Francoforte, o que parece traduzir-se numa diminuição da individualidade e soberania para cidadãos, políticos e governos por esse diverso e instável continente. No entanto, forças seculares – na Europa e no Mundo – estão a puxar na direcção oposta: menos cooperação e menos integração, ou seja, mais animosidades e tendências separatistas mais profundas. A percepção de uma “tarte” económica mais pequena – e de um injusto “jogo de soma zero” mundial – acaba por determinar uma luta mais determinada para alcançar a fatia que cabe a cada um. O júri ainda está reunido acerca da integração europeia e do sucesso da experiência da moeda única e aguarda o resultado da experiência monetária global."
Doug Nolan, "Como o euro foi (mesmo) salvo"
domingo, 25 de maio de 2014
Citação do dia (165)
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2 comentários:
nos ano 50 um humorista francês dizia
'a França está dividida em 40 milhões de franceses'
atribuíam ao PR De Gaule
'dificil governar um país com 150 variedades de queijo e 200 de vinho'
'a Europa desunida nunca será vencida'
Floribundus,
Essas manchetes são a parte da ficção que toca o "nervo" de medos antigos e, diria, infundados. A diferença sempre deu lugar ao conflito pelo uso que dela faziam as autoridades políticas ou religiosas. Por isso é que temos, passem décadas ou séculos, os actores principais a pronunciá-los na ânsia da sua legitimação.
E a desunião bem pode ser o estímulo a dinamizar esforços de complementaridade (económica) e sobrevivência. Em vez da aniquilação totalitária.
Saudações,
LV
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