domingo, 25 de maio de 2014

Citação do dia (165)

“Vai ser uma fim-de-semana interessante na Europa. Na União decorrem as eleições para o parlamento europeu. Para salvar o euro, um pequeno grupo de indivíduos teve de pôr de lado as regras e os princípios democráticos. Os banqueiros centrais apostaram que a experiência de imprimir dinheiro e intervir nos mercados dariam lugar a uma economia a crescer de modo sustentado. Há custos elevados associados a estes actos, nomeadamente uma Europa e um Mundo progressivamente mais polarizados.(...) Para salvar o euro, um pequeno grupo de oficiais e burocratas – incluindo, não esqueçamos, o presidente Obama – tiveram de impor uma Europa mais uniforme. Mais regras, mais restrições e mais operações ditadas de Bruxelas e Francoforte, o que parece traduzir-se numa diminuição da individualidade e soberania para cidadãos, políticos e governos por esse diverso e instável continente. No entanto, forças seculares – na Europa e no Mundo – estão a puxar na direcção oposta: menos cooperação e menos integração, ou seja, mais animosidades e tendências separatistas mais profundas. A percepção de uma “tarte” económica mais pequena – e de um injusto “jogo de soma zero” mundial – acaba por determinar uma luta mais determinada para alcançar a fatia que cabe a cada um. O júri ainda está reunido acerca da integração europeia e do sucesso da experiência da moeda única e aguarda o resultado da experiência monetária global."

Doug Nolan, "Como o euro foi (mesmo) salvo"

2 comentários:

floribundus disse...

nos ano 50 um humorista francês dizia
'a França está dividida em 40 milhões de franceses'

atribuíam ao PR De Gaule
'dificil governar um país com 150 variedades de queijo e 200 de vinho'

'a Europa desunida nunca será vencida'

LV disse...

Floribundus,

Essas manchetes são a parte da ficção que toca o "nervo" de medos antigos e, diria, infundados. A diferença sempre deu lugar ao conflito pelo uso que dela faziam as autoridades políticas ou religiosas. Por isso é que temos, passem décadas ou séculos, os actores principais a pronunciá-los na ânsia da sua legitimação.
E a desunião bem pode ser o estímulo a dinamizar esforços de complementaridade (económica) e sobrevivência. Em vez da aniquilação totalitária.

Saudações,
LV