Frédéric Bastiat (1801-1850), economista francês de matriz acentuadamente liberal e mesmo "pré-austríaco", define assim essa diferença (tradução minha):
«Na esfera económica, um acto, um hábito, uma instituição ou uma lei produzem não apenas um efeito, mas uma série de efeitos. Destes, só o primeiro é imediato; aparece simultaneamente com a sua causa; é visto [damo-nos conta dele]. Os outros efeitos só emergem subsequentemente; eles não são vistos [não nos damos conta deles]; seremos afortunados se os conseguirmos antecipar [foresee].
Frédéric Bastiat
Há apenas uma diferença entre um mau economista e um bom economista: o mau economista confina-se ao efeito visível; o bom economista leva em conta quer o efeito que é perceptível quer aqueles que têm que ser antecipados.
E todavia a diferença é tremenda pois quase sempre acontece que quando a consequência imediata é favorável, as posteriores serão desastrosas, e vice-versa. Daqui decorre que o mau economista persegue um pequeno benefício presente a que se seguirão terríveis danos no futuro, enquanto o bom economista persegue um grande benefício no futuro, com o risco de um pequeno mal inicial.»
Vem isto a propósito da divulgação do estudo Defining, Measuring and Predicting Green Jobs, sob os auspícios do Copenhagen Consensus Center, segundo o qual a criação de empregos «não pode ser defendida como um outro benefício» de bem intencionadas políticas verdes. Com efeito, o número de empregos que essas políticas permitem criar é provavelmente compensado – ou mais que compensado – pelo número de empregos que essas políticas invisivelmente destroem (*).
(*) - Concordando assim com as conclusões do paper coordenado por Gabriel Calzada, Study of the effects on employment of public aid to renewable energy sources.
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