Pergunta Pedro Lomba na sua crónica de hoje. Destacaria os seguintes excertos que, de algum modo, se aproximam da posição que aqui tenho defendido sobre a guerra na Líbia e dos double standards usados para apreciar os mandatos de Bush e de Obama.
«(...) [A] intervenção na Líbia adquire contornos irónicos para quem se lembra da oposição à guerra no Iraque (uma "guerra imperialista, como se disse). O que aconteceu? Será o multilateralismo de Obama? Será porque Obama não se chama George W.Bush? Admitamos que países como a França tinham agora vetado a Resolução 1973 [do Conselho de Segurança das Nações Unidas que viabilizou os ataques contra Khadafi na Líbia], como sucedeu em 2003. Como é que a comunidade internacional deveria responder à falta de consenso? Conformar-se-ia com um mandato de inacção?
Claro que a Líbia (ao contrário do Iraque) interessa especialmente aos principais países europeus que dependem do seu petróleo e não desejam uma entrada em massa de emigrantes nas suas fronteiras. Desta vez, ninguém irá irá acusar Obama, Sarkozy ou Cameron de invadirem um país estrangeiro por petróleo. Na Líbia, aposto, ninguém irá falar de imperialismo, petróleo, crimes de guerra. Mudam-se os tempos, mudam-se as consciências.»
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