segunda-feira, 1 de julho de 2013

A cobardia paga-se

Reforma do Estado leva à saída de Gaspar.

Em 31-08-2011, aquando da divulgação do primeiro DOE (Documento de Estratégia Orçamental), escrevia por aqui (perdoem-me a auto-citação):
A punção fiscal vai continuar, desmedida, impante e espoliadora, ao longo de todo o período considerado ao mesmo tempo que o documento não contém, sequer um pensamento, quanto à imprescindível redução das funções do estado.

Continuamos com um governo socialista. Creio que já não subsistem quaisquer dúvidas quanto a esse facto.
Na altura, houve quem tivesse classificado tal previsão de disparatada. Mas, não. E não era preciso ser uma águia para logo então poder ter percebido o que aí vinha. Sobretudo, o que aí não vinha.

O caminho para o desastre prossegue. E agora, tudo o indica, de forma ainda mais acelerada.

2 comentários:

LV disse...

Adequada (e acertada) a citação, por isso que mal tem ser sua? Mesmo quando nos enganamos devemos visitar o que escrevemos, não por vocação sofredora, mas para contemplar os factos e as razões que articulámos na sua compreensão. Para aprender, sempre.

Que o desastre prossiga, não há dúvida. Que ele se acelere, seguramente. No entanto, ele esteve contido nunca travado definitivamente. Os dois partidos do centro (PS e PSD) possuem muito mais aspectos que os aproximam do que os que os distinguem. E o papel do estado (e o seu financiamento através de impostos) é o ponto de encontro de ambas as agendas partidárias. Logo, o caminho para o embate é o mesmo. Foi adiado, mas é o mesmo.
Gaspar - por ser independente e com passado europeu - olhou para os números e terá julgado que o desastre era iminente (recordem-se as suas palavras de que iria precisar de sorte para conseguir levar adiante o seu trabalho). Foi mais intransigente na imposição das condições que os credores manifestavam e isso terá adiado o embate com a realidade.
O que, todavia, antecipo nas palavras do Eduardo é o receio que os piores representantes da agenda ideológica comum (neste caso Seguro), suscitem respostas mais duras por parte dos credores (solução tipo Chipre ou ultimatos iguais aos da Grécia?).
Aí, estamos juntos. Imagine-se, para mais, as uniões que Seguro e o PS iriam mobilizar: de matriz francesa e socialista…
Tenho de parar, o estômago já está às voltas.
É tempo de apertar os cintos. E os capacetes.
Saudações,
LV

LV disse...

Eduardo,
Hoje sou eu a citar-me: o desastre prossegue.
Acelerou mais um pouco. E já vejo a sede de todos (da oposição às segundas linhas dos partidos da coligação) pelo poder. Quanto aos socialistas custa aturar o ar de limpeza e grandeza moral…
Tenho de parar, o estômago…
Saudações,
LV