sexta-feira, 5 de julho de 2013

O quadro mental da esquerda (1)

Thomas Sowell, em The Mindset of The Left ("O Quadro Mental da Esquerda") oferece um explicação para o entendimento da persistência de tantos mitos, sucessivamente refutados para sempre re-emergirem. A história pessoal de Sowell, um negro de origens muito humildes que todavia se viria a tornar num dos intelectuais de direita mais importantes da sociedade americana, torna-o bem habilitado para o efeito. Este é o primeiro de uma série de artigos que procurarei traduzir tentando com isso alargar o âmbito possível dos leitores. Mas, como frequentemente repito, nada como ler o original. Talvez possa mesmo ser um contributo para entender a inexistência de uma direita nos países ocidentais e, desde logo, em Portugal.
"Quando os vândalos adolescentes são designados de "jovens problemáticos" pelas pessoas situadas no quadrante político à esquerda, isso diz-nos mais sobre a mentalidade da esquerda do que sobre estes jovens arruaceiros.

São raros os vestígios de provas de que os vândalos sejam seres perturbados e, frequentemente, há amplas evidências de que eles estão de facto se divertindo enquanto criam problemas e perigos aos outros.

Porquê então a desculpa pré-fabricada, de designar os criminosos juvenis de "jovens problemáticos" enquanto os assassinos em massa são simplesmente considerados "insanes"?

Desde pelo menos o século XVIII que a esquerda se tem esforçado para evitar enfrentar o simples facto do mal - que algumas pessoas muito simplesmente optam por fazer coisas que elas sabem ser erradas quando as cometem. Todos os tipos de desculpas, da pobreza a uma infância infeliz, são utilizados pela esquerda para explicar e desculpar o mal.

Todas as pessoas que conseguiram sair da pobreza ou de infâncias infelizes, ou de ambas, e se tornam seres humanos decentes e produtivos, são ignoradas. Tal como acontece quando aos males cometidos por pessoas criadas no seios da riqueza e do privilégio, incluindo reis, conquistadores e senhores de escravos.

Por que razão o mal tem sido um conceito tão difícil de aceitar para muitos na esquerda? A agenda básica de esquerda é mudar as condições externas. Mas e se o problema for interno? E se o problema real for a perversidade dos seres humanos?

Rousseau negou isto no século XVIII e a esquerda tem vindo a negá-lo desde então. Porquê? Por autopreservação.

Se as coisas que a esquerda quer controlar - as instituições e as políticas governamentais - não forem os factores mais importantes na origem dos problemas do mundo, então qual o é papel que sobra para a esquerda?


E se acaso forem coisas como a família, a cultura e as tradições que façam uma diferença mais positiva que as novas brilhantes "soluções" governamentais que a esquerda está constantemente a fazer surgir? E se acaso a pesquisa "das raízes profundas do  crime" não for tão eficaz quanto prender os criminosos? Os factos reais e concretos ["hard facts", no original] mostram que a taxa de homicídios estava a descer há décadas, sob as antigas práticas tradicionais tão desprezados pela intelligentsia da esquerda, antes de as novas ideias brilhantes da esquerda entrarem em vigor na década de 1960 - após as quais o crime e a violência disparou.

O que aconteceu quando as ideias antiquadas acerca do sexo foram substituídas na década de 1960 pelas novas brilhantes ideias da esquerda que foram introduzidas nas escolas como a "educação sexual" que supostamente iriam reduzir os casos de gravidez na adolescência e as doenças sexualmente transmissíveis?

Tanto a gravidez na adolescência como o número de casos de doenças sexualmente transmissíveis estavam a descer de há anos. Mas essa tendência inverteu-se abruptamente nos anos 1960 e novos máximos foram atingidos.

Uma das mais antigas e mais dogmática das cruzadas da esquerda tem sido o desarmamento, tanto dos indivíduos como das nações. Mais uma vez, o foco da esquerda tem recaído sobre os factores externos - as armas neste caso.

Se as armas fossem o problema, então as leis de controlo de armas, seja no plano doméstico seja nos acordos internacionais de desarmamento poderiam ser a resposta. Mas se pessoas más, que se preocupam tanto com as leis ou tratados como com a vida das outras pessoas forem o problema, então o desarmamento significa ter pessoas decentes e cumpridores da lei mais vulneráveis perante as pessoas más.

Uma vez que a crença no desarmamento tem sido uma das principais características da esquerda desde o século XVIII, em diferentes países pelo mundo fora, seria de esperar que já haveria agora muitas evidências acumuladas que confirmassem tais crenças.

Mas as provas sobre se as leis de controlo de armas, na verdade, reduziam os índices de criminalidade em geral, ou as taxas de homicídio em particular, raramente são mencionadas pelos defensores do controlo de armas. Assume-se simplesmente que a mera introdução de leis de controlo de armas mais rígidas irá reduzir o número de assassinatos.

Mas a dura realidade dos factos não permite suportar essa suposição. É por isso que são os críticos do controlo de armas, que se sustentam fortemente em evidências empíricas, como em livros como "More Guns, Less Crime" [link], de John Lott e "Guns and Violence" [link], de Joyce Lee Malcolm.

O desarmamento nacional tem um registo histórico ainda pior. Quer a Grã-Bretanha quer a  América negligenciaram as suas forças militares entre as duas Guerras Mundiais, enquanto a Alemanha e o Japão se armaram até os dentes. Muitos soldados americanos e britânicos pagaram com as suas vidas pela inicial inadequação do equipamento militar dos seus países na Segunda Guerra Mundial.

Mas o que são meros factos quando comparados com a visão inebriante da esquerda?
(Continua)

2 comentários:

JS disse...

Mais uma pérola. Obg.

RioD'oiro disse...

http://blasfemias.net/2013/07/10/leiam-que-ler-ainda-nao-e-objecto-de-regulacao/