terça-feira, 16 de julho de 2013

O insustentável "peak oil" ou ¿Por qué no si callan?


Encerrou o icónico website The Oil Drum, cuja missão tinha o propósito de "educar" o mundo para o "inevitável" (mas estranhamente sempre adiado) "peak oil" e, consequentemente, a emergência de uma economia assente em energia de origem não-fóssil. A razão, segundo os seus próprios editores (minha tradução) - "deve-se à escassez de novos conteúdos causada por um número cada vez menor de contributos. Apesar dos nossos melhores esforços para preencher essa lacuna, não temos sido capazes de melhorar significativamente o fluxo de artigos de alta qualidade". Requiescat in pace, pois (ao menos por uma década, caramba!).

Compreende-se. A fenomenal revolução do gás de xisto ainda em crescimento acelerado (e só) nos EUA, a par de uma também extraordinária recuperação dos níveis de produção de petróleo, ao mesmo tempo que se assiste a uma diminuição nas emissões de dióxido de carbono quer em termos per capita (para valores de 1964), quer - pasme-se! - em termos absolutos (para valores de há vinte anos atrás), constituem um conjunto de "paradoxos" que os teorizadores do "peak oil", acenando com os horrores do "day after", não conseguiram resistir.

É certo que os apóstolos do Apocalipse climático (a.k.a. "aquecimento global"/"alterações climáticas") tudo têm tentado (e continuam a tentar) para acelerar a "Transição". Recorde-se a célebre frase do candidato Obama, em Janeiro de 2008: "De acordo com o meu sistema de um sistema de comércio e limitação de emissões, os preços de electricidade iriam necessariamente disparar". Mas convenhamos que há medida que o tempo passa - e já passaram 17 anos sem que se verifique o aquecimento profetizado pelos alarmistas - é cada vez mais difícil não enfrentar a realidade. De resto, a sucessão de escândalos envolvidos na distribuição de subsídios e empréstimos a projectos na área da energia e nos empregos "verdes" é verdadeiramente avassaladora.

Mas por que não ouviram Julian Simon? Melhor: por que não ouviram Frédéric Bastiat? Parafraseando o Rei Juan Carlos numa sua oportuna intervenção, ¿Por qué no si callan?

2 comentários:

BC disse...

A ideia de peak oil é tipicamente Malthusiana. Se Malthus podia ter razão no seu tempo perdeu-a na revolução industrial quando os ganhos de produtividade e tecnologia abriram as portas a mas fontes de recursos naturais.

É inútil prever o fim do petróleo. Ele nunca acabará simplesmente pela razão de que a sua escassez levará o seu preço para infinito pelo normal equilíbrio entre procura e oferta. Nessa altura outras fontes de energia não competitivas face ao petróleo actualmente ficarão apetecíveis

Oscar Maximo disse...

O pico do petróleo convencional e barato já passou, foi em 2005.
O caudal agregado de petróleo utilizável não pode aumentar sensivelmente, sendo a principal restrição ao crescimento.
Tanto esta restrição está activa, que o preço é enormemente afectado pelas previsões de crescimento.
Claro que o tacho tem muito a raspar e os grandes esbanjadores têm ainda grande margem para poupanças.