Nos princípios do mês passado, perguntava-me se seria mesmo verdade que nos tivéssemos livrado do fantasma de Vítor Constâncio.
É com respeito acrescido pelo governador do Banco de Portugal que vejo respondida afirmativamente a pergunta que tinha formulado. Quando Carlos Costa afirma que "os mercados têm alguns motivos para terem dúvidas" relativamente a Portugal devido ao “nosso ‘track record’ [que] não nos confere confiança" e "daí os mercados estarem a pedir mais”, ele está a prestar um serviço ao país porque está a reconhecer os erros que cometemos e, portanto, a falar verdade. E, tal como Cavaco, recusa a diabolização do suposto inimigo externo ao afirmar "que não vale a pena culpar os mercados".
A independência do Banco de Portugal é um dos factores decisivos para a recuperação da nossa credibilidade externa. Deve pois Carlos Costa continuar a fazer orelhas moucas aos remoques socratinos e a manter a pressão para que se materialize o aparecimento de uma entidade independente que acompanhe a execução orçamental.
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