domingo, 6 de março de 2011

Energia, comida, inflação, revolução e mistificação

Evolução do Índice dos preços agrícolas da responsabilidade da FAO
Por várias vezes (por exemplo, aqui e aqui) tenho manifestado aqui a minha indignação, de ordem moral, económica e ambiental para com a promoção dos biocombustíveis de origem agrícola. Através do WUWT, cheguei à publicação "Food Versus Biofuels: Environmental and Economic Costs" cujo abstract a seguir transcrevo e é particularmente oportuno pelos acontecimentos nos países árabes que, como sabemos, começaram pelas reacções à subida dos preços, particularmente os alimentares:
The rapidly growing world population and rising consumption of biofuels intensify demands for both food and biofuels. This exaggerates food and fuel shortages. The use of food crops such as corn grain to produce ethanol raises major nutritional and ethical concerns. Nearly 60% of humans in the world are currently malnourished, so the need for grains and other basic foods is critical. Growing crops for fuel squanders land, water and energy resources vital for the production of food for human consumption. Using corn for ethanol increases the price of US beef, chicken, pork, eggs, breads, cereals, and milk more than 10% to 30%. In addition, Jacques Diouf, Director General of the UN Food and Agriculture Organization, reports that using food grains to produce biofuels is already causing food shortages for the poor of the world. Growing crops for biofuel not only ignores the need to reduce fossil energy and land use, but exacerbates the problem of malnourishment worldwide.
Claro que nem toda a gente concorda com este ponto de vista, nomeadamente aqueles que defendem que o calor extremo é consequência do aquecimento global tal como, surpreendentemente, o frio intenso. Esta "dialéctica circular", género "Catch 22" é obviamente indestrutível. Mas até há pelo menos um prémio Nobel da Economia que a sustenta, nem mais nem menos que Paul Krugman, como decorre disto e disto. Enfim, Krugman é o Keynesiano dos Keynesianos. Não é pois de admirar que defenda tudo aquilo onde o Governo possa intervir, de preferência em doses sempre maiores

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