Com frequência ouvimos na televisão, lemos nos jornais e damo-nos conta de conversas entre amigos que os desastres, quer sejam naturais - como o sismo seguido de tsunami de ontem no Japão -, quer provocados directamente pelos homens - guerras, tipicamente -, constituem oportunidades (!) para o desenvolvimento económico. E é espantoso como comummente é aceite este ponto de vista que assenta numa falácia absurda. Como será possível acreditar que destruir riqueza existente é uma boa maneira de a criar? Como não perceber que dar trabalho ao marceneiro e ao vidraceiro partindo previamente uma janela significa que alguém tem que pagar uma janela nova quando a "velha" ainda cumpria perfeitamente as suas funções?
Mas a verdade é que razão tinha Manuel Lora quando profetizava, pouco tempo depois de ocorrer o desastre no Japão, que iria aparecer, até ao final do dia, algum "economista" do mainstream (MSM "economist") a sublinhar a oportunidade que a tragédia oferecia para estimular a economia global. Não passou uma hora sobre a sua profecia quando, como escreve aqui, «Larry Summers, former director of President Obama’s economic council and a former head of the World Bank, said rebuilding could temporarily boost the Japanese economy». É realmente de fazer Bastiat ou Harry Hazlitt chorar.
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