terça-feira, 24 de maio de 2011

Keynesianismo, aeroportos e uma história de Baby Doc

Público, 19-05-2011
Há mais de 20 anos conheci uma pessoa extraordinária. Argentino de nascimento mas naturalizado americano, vivia na altura em Seattle. Aquitecto naval de profissão, um verdadeiro chef na cozinha, um músico que extraía do clarinete sons improváveis, entre muitos outros atributos o não menor deles o ser amigo dos seus amigos. Cidadão do mundo, tinha-o cruzado já por diversas vezes o que o tornava também um belíssimo contador de histórias. Esta fantástica notícia, que emula as "boas práticas" do camarada Zapatero (ver artigo na imagem) fez-me recordar uma das suas histórias.

Em missão no Haiti ao serviço de um organismo supranacional, ao tempo de Papa e Baby Doc, o meu amigo necessitava obter uma série longa de dados sobre a amplitude da temperatura diária atmosférica. Após questionar várias pessoas, alguém lhe sugeriu que talvez a conseguisse obter visitando o aeroporto. E foi o que fez para sua grande satisfação pois encontrou exactamente o que precisava... à excepção dos últimos 10 anos. Perguntando pelo resto dos dados, a resposta que obteve foi que tinha deixado de haver registos desde que o termómetro do aeroporto se tinha partido... Uma tão extraordinária resposta só se poderia equiparar à prática de então, frequente, de fechar o aeroporto para que Baby Doc pudesse experimentar as emoções fortes da velocidade ao volante dos seus automóveis desportivos.

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