Esta é a "caixa" na capa da edição impressa do Jornal de Negócios de hoje. No interior, numa entrevista de 4 (quatro) páginas, o habitual exercício de manipulação e um exemplo típico do funcionamento de uma "empresa do regime" e que é directamente beneficiada pelo politicamente correcto em vigor e pelo dinheiro do contribuinte/consumidor, pelo menos onde ainda vai havendo dinheiro para pagar os delírios governamentais (actuais e passados).
António Mexia afirma que Portugal tem hoje "a tarifa eólica marginal [meu itálico] mais baixa de toda a Europa"; que as "estatísticas europeias mostram que os preços médios da energia em Portugal, em particular para os industriais, estão significativamente abaixo da média europeia e de Espanha". Somos uns sortudos, portanto, apesar de, estranhamente, haja quem ache que não é bem assim. E de resto, acrescenta, se as tecnologias poluentes "estivessem a pagar valores minimamente razoáveis [itálico meu] pelo CO2, essa percepção [de elevados custos energéticos] seria fortemente distinta" para além de que "[h]oje os combustíveis fósseis não estão a pagar a externalidade negativa na nossa economia". Mais: "os subsídios nas renováveis são oito a dez vezes inferiores aos subsídios a nível mundial [itálico meu] dados ao petróleo e ao gás".
Mexia rejeita pois a afirmação do ex-secretário de Estado da Energia de "que a EDP vive à custa dos portugueses", embora só a "seu tempo" se mostra disponível para a comentar. Até porque "não tem dúvidas" que "estruturalmente, estes investimentos hoje vão baixar os preços de energia a prazo" [meu realce] proporcionando assim "uma vantagem importantíssima do ponto de vista geracional". Sim, sem dúvida. Tal como a dívida.
Sócrates, Zapatero ou Obama não diriam melhor.
2 comentários:
Ao Mexia a vida corre-lhe bem, basta ver por outra notícia do mesmo dia:
"EDP encaixa 150 milhões com venda de défice tarifário à banca"
http://economico.sapo.pt/noticias/edp-encaixa-150-milhoes-com-venda-de-defice-tarifario-a-banca_167949.html
Os custos escondidos dessas renováveis já ele os encaixou, sejam futuramente pagos ou não. Impressionante, abutres! Claro que ele apenas fez o que qualquer CEO com dois dedos de testa faria, os políticos que assinaram os contratos é que são os grandes criminosos.
Não tem qualquer vergonha!Tudo vale desde que a caixa de ressonância do jornalismo morto que temos lhe dê alguma amplificação.
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