A evolução da cotação Bitcoin/Dólar abaixo graficada (no Blasfémias podem ver a mesma coisa, embora invertida, para a cotação Euro/Bitcoin) não me parece poder deixar de ser classificada como a de uma descomunal bolha. Não que não haja muitas e boas razões para desconfiar - muitíssimo! - das moedas fiat. Não que não seja muito saudável - e necessário - o aparecimento de moedas não manipuláveis pelos governos e respectivos bancos centrais. Não que a Bitcoin não seja - que o é - uma extraordinária inovação que o mercado livre produziu na ainda largamente não-regulada internet.
Ainda que se estejam a multiplicar rapidamente os fornecedores de bens e serviços dispostos a serem pagos em Bitcoin, esta moeda está ainda muito, mas muito longe de ser um meio de pagamente "largamente aceite" (sim, é verdade que a sua "capitalização" - número de bitcoins existentes vezes a sua cotação unitária face ao dólar - já ultrapassa hoje a respeitável fasquia dos mil milhões de dólares). Ora, muito simplesmente, não acredito que os Estados estejam dispostos a ceder na reserva que fizeram sua - para nossa desgraça, é certo - da emissão monetária. E se é verdade que a "arquitectura" da Bitcoin a torna muito difícil de a controlar - na sua produção, armazenagem, distribuição e pagamento - a verdade é que, como Robert Wenzel não se cansa de assinalar, o ponto mais frágil da Bitcois reside na sua conversão em moeda corrente (dólares, euros, etc.). Assim, bastará que os Governos tornem ilegal a transacção bitcoin para moeda fiat para que a cotação da moeda virtual caia na vertical, não sendo de excluir que possa descer até ZERO. Esta probabilidade, na minha modesta opinião, é muito elevada pelo que aconselharia muito cuidado aos especuladores de ocasião.
2 comentários:
Bom conselho. Não é moeda fiat, nem ouro. É Bitcoin.
Esta foi de mestre, num dia avisa sobre as bitcoins estarem numa bolha e no dia seguinte crasha 50%! Mesmo que recupere (acredito que sim) continuo a achar que nada se compara com os metais ouro e prata (ultimamente esquecidos devido ao período de consolidação que atravessam) que durante toda a história da civilização foram a forma de preservar a parcela do esforço/trabalho que não é consumido e que se pretende conservar para uso futuro = poupanças. É certo que também a prata em 2011 "crashou" quase 50%, mas dentro de uns 20 anos será certamente mais provável a prata (e o ouro claro) andar por cá do que as bitcoins ou mesmo o euro.
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