Mão amiga fez-me chegar uma notícia inserta na edição do Expresso do passado fim-de-semana (link não disponível), assinado por Virgílio Azevedo, cujo título não esconde ao que vem (a imagem à direita reproduz a chamada à primeira página).
O crescente ridículo a que os aquecimentistas se vinham expondo leva-os, mais uma vez, a mudarem de táctica. Em vez de continuarem a negar a continuada e crescente divergência entre as temperaturas projectadas pelos modelos climáticos e as efectivamente medidas - a "pausa" ou o "hiato" -, surge agora, às escâncaras, a tentativa para postergar para um período de médio prazo no futuro (não demasiado longínquo, claro, para manter a urgência alarmista) o retomar do "aquecimento global" (que, entretanto, andaria escondido no fundo dos oceanos).
Para justificar a manchete, o artigo do Expresso recorre nomeadamente aos académicos nacionais encartados no aquecimentismo, Filipe Duarte Santos e Pedro Viterbo. Mas, valha a verdade, e ainda que "empurrado" para o fim do artigo, ao dar voz ao decano dos climatologistas portugueses - o catedrático da Universidade de Évora, João Corte-Real -, lá acaba por ter que reconhecer, indirectamente, que o "consenso" que legitimou estas opções não existe e que, portanto, a ciência não está estabelecida. Segue-se a transcrição do excerto da notícia que contraria frontalmente a tese que a manchete veicula (realces meus):
Para justificar a manchete, o artigo do Expresso recorre nomeadamente aos académicos nacionais encartados no aquecimentismo, Filipe Duarte Santos e Pedro Viterbo. Mas, valha a verdade, e ainda que "empurrado" para o fim do artigo, ao dar voz ao decano dos climatologistas portugueses - o catedrático da Universidade de Évora, João Corte-Real -, lá acaba por ter que reconhecer, indirectamente, que o "consenso" que legitimou estas opções não existe e que, portanto, a ciência não está estabelecida. Segue-se a transcrição do excerto da notícia que contraria frontalmente a tese que a manchete veicula (realces meus):
"... [A] ação humana, quando considerada isoladamente, conduz a um reforço do efeito de estufa e, assim, a aquecimento." A questão está antes em saber "se a ação humana é dominante, uma vez que a temperatura à superfície da Terra não é controlada apenas pelas concentrações de gases de efeito de estufa."A coisa é tão grotesca que há quem ache já não valer a pena bater mais no ceguinho. Não sou, porém, dessa opinião. Porquê? Porque, via Bruxelas, é isto que nos vai continuar a flagelar até que a maré da opinião pública vire e, com ela, as decisões políticas (excerto da página 6):
Corte-Real insiste que não conhece "nenhuma demonstração dedutiva de que o aumento da temperatura tenha origem principal na ação humana", mas "apenas conclusões indutivas sugeridas pelos modelos climáticos".
O que se pode concluir do hiato na subida das temperaturas "é que a ação humana não é dominante e que, consequentemente, o Homem não controla o clima."
O professor da Universidade de Évora acha que mais teorias vão continuar "porque o objetivo é insistir na influência da ação humana no clima. Ou seja, quer aqueça quer arrefeça, o mais importante irá ser o Homem". Mas João Corte-Real não pensa assim. "Basicamente, não sabemos, o sistema climático ainda não é suficientemente compreendido, estamos às apalpadelas, o desconhecimento tudo consente! E a insistência numa ideia a priori não é a atitude científica e atrasa a desejável compreensão dos mecanismos que têm lugar no sistema".
"Os objetivos em matéria de luta contra as alterações climáticas representarão pelo menos 20% da despesa da UE no período de 2014-2020 e serão portanto refletidos nos instrumentos apropriados, de modo a garantir que contribuem para reforçar a segurança energética, desenvolvendo uma economia hipocarbónica eficiente em termos de recursos e resistente às alterações climáticas, que reforçará a competitividade da Europa e criará mais empregos e empregos mais ecológicos."
Até lá, continuarão os contínuos aumentos dos preços da energia e dos impostos e a consequente perda de competitividade e de emprego em ordem a que "a humanidade se salve dela própria".
Abordado o tema com a seriedade devida que se mantém, proponho agora o recurso ao humor (uma espécie de Catch-22) através de uma tradução, adaptada, de um post de Eric Worrall publicado há um par de semanas atrás no WUWT.
Abordado o tema com a seriedade devida que se mantém, proponho agora o recurso ao humor (uma espécie de Catch-22) através de uma tradução, adaptada, de um post de Eric Worrall publicado há um par de semanas atrás no WUWT.
Como é que podemos provar que os alarmistas climáticos não têm razão? Enumeremos as diferentes maneiras possíveis:
Se a temperatura aumentar, isso corresponderá exactamente ao que os modelos previram. Nessas circunstâncias…, cuidado! Em breve ficará muito pior.
Se a temperatura diminuir, as profundezas do oceano estarão a "engolir" o calor – ainda que não o consigamos medir, sabemos que o calor tem que lá estar, porque é isso que que os modelos climáticos nos dizem. O aquecimento global prevalece!
Se a temperatura global descer significativamente, isso ficará a dever-se ao aquecimento global ter induzido o derretimento do gelo árctico que, por sua vez, fez parar as correntes oceânicas.
Se a neve desaparecer, tal facto será exactamente aquele que os modelos previram - a queda de neve é uma coisa do passado.
Se houver um nevão excepcionalmente forte, isso corresponderá exactamente àquilo que os modelos previram - o aquecimento global está a aumentar o grau de humidade da atmosfera, daí resultando um aumento da camada de neve.
Se houver uma seca, ela ficará a dever-se ao aquecimento global.
Excepto, claro, quando o aquecimento global for a causa de chuvas fortes.
Independentemente da observação ou da forma como o mundo se transformar, será sempre impossível falsificar as teorias climáticas alarmistas. Qualquer que seja a transformação ou observação, o aquecimento global antropogénico explicá-la-á. Sempre.
3 comentários:
Tambem gostaria de ter ideias tão firmes e certas ,mas as duvidas são muitas. Certo é que devemos reduzir o consumo de energia não renovavel.
Caro António Cristóvão,
Acompanho-o no cepticismo e saudável humildade no reconhecimento do quão pouco se sabe relativamente ao modo como funciona o hipercomplexo sistema climático. Daí que a adopção de "medidas" políticas, cujo custo é astronómico, só possa ser entendida na prosecução de interesses que nada têm a ver com a ciência mas sim com uma muito bem definida agenda política.
O que me surpreende é o tempo e o dinheiro gasto nestas teorias e a exposição mediática que detém enquanto que a restante humanidade vê-se confrontada com sucessivas crises, guerras, conflitos e claro poluição (poluição essa que poderia ser facilmente resolvida, nalguns casos).... Mas não, o aquecimento global é que é o perigo nº 1... por vezes penso se não estão interessados em que as pessoas regressem à idade da pedra... afinal de contas a tecnologia também polui... tanto progresso para nada....
Maria Rebelo
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