E se começa na Escócia?
No dia da votação que bem pode ser uma representação da luta - longa e sofrida - pela Liberdade, porque não associar-lhe, através deste artigo, a estreia recente (apenas EUA) da terceira parte do filme "Atlas Shrugged". Esta última parte concentra-se em explorar o dilema vivido por uma personagem (Dagny Taggart) face à desistência, à entrada em greve daqueles que são os elementos mais criativos e produtivos da sociedade (fossem médicos, músicos, engenheiros ou simples investidores, entre outros). O dilema é mantido na trama do livro (e do filme) como exemplo de tensão entre a força das capacidades humanas com tudo aquilo que as anula.
Pergunta-se Dagny: como podem as mentes mais brilhantes do mundo entrar em greve? Como podem desistir do mundo e buscar refúgio numa qualquer reentrância geográfica remota? Como podem aceitar essa prisão?
De certo modo, é nessa condição que entendo estarem as pessoas a quem lhes causa a maior estranheza que alguém (ou comunidade) possa optar pela sua autodeterminação. Que alguém possa querer construir, sem mediação, o rumo das suas vidas é, a seus olhos, algo de inaceitável.
Dagny aprendeu da maneira mais difícil que aquela escolha não correspondia a uma prisão. Percebeu que, quando o Mal atinge certas proporções, ele perpetua-se pela exploração dos indivíduos, em particular das suas mentes mais brilhantes e criativas. Pelo que o mais libertador é, precisamente, dizer: "basta!" Entrar em greve e não contribuir para a manutenção do Mal. Dessa forma, este cairá por si.
Honestamente, por que razão se estranha a vontade tão natural de Liberdade?
No dia da votação que bem pode ser uma representação da luta - longa e sofrida - pela Liberdade, porque não associar-lhe, através deste artigo, a estreia recente (apenas EUA) da terceira parte do filme "Atlas Shrugged". Esta última parte concentra-se em explorar o dilema vivido por uma personagem (Dagny Taggart) face à desistência, à entrada em greve daqueles que são os elementos mais criativos e produtivos da sociedade (fossem médicos, músicos, engenheiros ou simples investidores, entre outros). O dilema é mantido na trama do livro (e do filme) como exemplo de tensão entre a força das capacidades humanas com tudo aquilo que as anula.
Pergunta-se Dagny: como podem as mentes mais brilhantes do mundo entrar em greve? Como podem desistir do mundo e buscar refúgio numa qualquer reentrância geográfica remota? Como podem aceitar essa prisão?
De certo modo, é nessa condição que entendo estarem as pessoas a quem lhes causa a maior estranheza que alguém (ou comunidade) possa optar pela sua autodeterminação. Que alguém possa querer construir, sem mediação, o rumo das suas vidas é, a seus olhos, algo de inaceitável.
Dagny aprendeu da maneira mais difícil que aquela escolha não correspondia a uma prisão. Percebeu que, quando o Mal atinge certas proporções, ele perpetua-se pela exploração dos indivíduos, em particular das suas mentes mais brilhantes e criativas. Pelo que o mais libertador é, precisamente, dizer: "basta!" Entrar em greve e não contribuir para a manutenção do Mal. Dessa forma, este cairá por si.
Honestamente, por que razão se estranha a vontade tão natural de Liberdade?
5 comentários:
Espanta que haja tanta repulsa e (medo?) da liberdade -veja a triste figura dos de Madrid.
Caro António Cristóvão,
É triste a figura. Mas em Madrid as consequências de um eventual referendo, julgo, são diferentes. A começar por não ser vinculativo e se prestar a aprofundar, entre outras, as clivagens de natureza política.
Mais triste foi o discurso de Cameron esta manhã acerca do referendo escocês. Foi suficiente, de resto, para verificar que esteve receoso do resultado até à última hora.
Saudações,
LV
Boas tardes,
Alguém sabe se existe O "Atlas Shrugged" em portugês ?
cumps
Rui Silva
Caro Rui Silva (Anonimo),
Tenho presente a existência de uma tradução, salvo erro em dois volumes, em português de Vera Cruz.
Saudações,
Eduardo Freitas
Caro Rui Silva,
Corroboro a informação que Eduardo Freitas lhe endereçou.
Ainda que possua a original, conheço a tradução por uma editora brasileira. De momento, não tenho comigo as referências dessa tradução, mas julgo a editora é a Sextante e a tradução está a cargo de Paulo Henriques Britto em 2010. Julgo que há uma tradução mais antiga (talvez anos 80) cujo título ficou: "Quem é John Galt?" - esta não conheço.
Quanto ao filme, os dvd´s podem ser adquiridos na própria página do filme. AVISO: os dvd´s são da região 1 (Américas, creio), pelo que é necessário ter um leitor compatível.
Saudações e boas leituras,
LV
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