Mervyn King, presidente do banco central britânico, é uma figura chave no sistema financeiro mundial e não é um homem de falas mansas. Por exemplo, não teve pejo, em Outubro último, em aventar a possibilidade de acabar com o sistema de reservas fraccionárias como forma de conferir maior estabilidade ao sistema bancário.
Na semana passada, após o anúncio de que se verificou no último trimestre de 2010 uma nova contracção da economia britânica, Mervy King entendeu chegado o momento para se dirigir aos cidadãos britânicos em termos nada optimistas:
«Em 2011, os salários reais , muito provavelmente, tenderão a não ser superiores àqueles que se verificaram em 2005… É necessário regressar aos anos 20 para encontrar um outro período em que os salários reais tivessem caído ao longo de um período de seis anos.»
«O aperto nas condições de vida é o preço inevitável a pagar pela crise financeira e subsequente reequilíbrio da economia mundial e da do Reino Unido.»
«[A inflação aumentará] entre quatro a cinco por cento ao longo dos próximos meses.»
«Ofereço a minha total solidariedade para com os aforradores e todos aqueles que, tendo-se comportado de forma prudencial encontram-se agora como os maiores perdedores em resultado desta crise.
E há fortes razões para supor que tanto os países europeus, como os EUA e o Japão dificilmente escaparão a uma significativa redução nos padrões de qualidade de vida.
Estas são palavras inabituais, para mais vindas de um banqueiro central. É certamente sinal da gravidade da situação que o Reino Unido atravessa.
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