terça-feira, 8 de março de 2011

Medeiros Ferreira e as agências de rating

José Medeiros Ferreira, personalidade por quem sempre nutri respeito - à excepção notável, por omissão da palavra, logo que foi indisfarçável o desastre orlamental de 2009 e a consequente, ainda que retroactiva, burla eleitoral -, volta hoje à carga contra o facto de uma das "famigerada" agências de rating, na sua opinião insensíveis aos esforços do governo [socialista] grego, ter revisto em baixa, em três níveis, a notação da dívida soberana grega.

Apesar desta demonização das agências de rating ser mais ou menos comum, ainda assim é manifestamente errada, pelo menos no caso em apreço. O que se tem verificado, isso sim, é a resposta atrasada das agências de rating aos movimentos já verificados no mercado. A figura abaixo (via Jorge Costa) é bem ilustradora deste facto.


Ora era suposto que as agências de rating, ao anteciparem a evolução do mercado (linha azul, no gráfico) ajudassem a defender o investidor através de uma mais correcta avaliação do risco. Como o gráfico bem demonstra, as agências de rating têm falhado nesse que é o seu papel. Para quê diabolizá-las então? Por não "ajudarem" os governos nas suas políticas desastrosas alavancadas em dívida que, muito provavelmente, nunca irão pagar, pelo menos na sua totalidade?

2 comentários:

Medeiros Ferreira disse...

A anotação quefiz foi para referir que um ano depois da intervenção do FMI não há solução à vista, pois só haver+a solução pela via excepcional de uma conferência financeira internacional.Seja o Pasok ou o Passos Coelho...

Eduardo Freitas disse...

Caro Dr. Medeiros Ferreira,

Honra-me com a sua visita ao meu blogue mas confesso não perceber a referência que faz a Passos Coelho até porque sou daqueles que defende que a solução passa por entrada em default, como fez a Islândia.