sexta-feira, 29 de julho de 2011

A infâmia travestida de ciência

No i: Falar ao telemóvel não provoca tumor cerebral. Ou mais um exemplo do alarmismo e do seu  eventual "arrefecimento", da ciência (ou falta dela) veiculada pelos "estudos", o malfadado "princípio da precaução" e muitos jornalistas que envergonham o significado da profissão ao veicular, acefalamente e sem contraditório, "notícias" fabricadas:

Felizmente, agora, podemos estar descansados...
Afinal falar ao telemóvel não provoca tumor cerebral. A conclusão é de um estudo realizado por grupo de investigadores [Bouce e Taron] do Instituto Suíço de Saúde Pública
O que devia ser desenvolvido é tratado assim (até na sintaxe...):
Esta investigação veio contradizer o alerta lançado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre esta matéria. Bouce e Taron reforçam que é sinal de que existem poucas provas científicas neste campo.
Mesmo existindo poucas provas (alguma?) científicas, há razões para estar preocupado pois, desde logo, supostamente, é a "comunidade científica" que, mesmo sem provas, está preocupada.
No entanto, a comunidade científica mostra-se preocupada com a emissão de radiações no cérebro das crianças, nos primeiros anos de vida, visto o sistema nervoso, nesta altura, estar mais vulnerável.
E é assim, na base de mera especulação, sem qualquer tipo de verdade científica que entra em acção o infame "princípio da precaução" ("precautionary principle") segundo o qual, como definido na "cimeira da Terra", no Rio de Janeiro, em 1992,
mesmo na ausência da certeza científica formal, isto é, na ausência de consenso científico, a existência de um risco potencialmente causador de um dano sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prevenir este dano, sendo que caberá aos que manifestam cepticismo quanto à real existência desse risco o ónus de provar que esse risco não existe.

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