quarta-feira, 27 de julho de 2011

Como um corte na despesa é na realidade um aumento

Suponhamos um dado país cuja evolução da despesa pública nos últimos anos seja tal que se estima que, caso essa tendência continue, o resultado seja, entre 2011 e 2020, o espelhado no Cenário A; suponhamos agora que o partido Democrata se propõe "cortar" na despesa pública na forma espelhada no Cenário D; por sua vez, o partido Republicano, da suposta linha "dura", contrapõe o Cenário C. Quer num quer noutro caso é verdade que a despesa total ao longo do período é menor que no Cenário A, mas o facto é que, nos dois casos, não houve corte algum. Houve sim um aumento, como se pode observar comparando com o Cenário B que corresponderia simplesmente a um congelamento da despesa ao nível de 2011.


É desta aritmética simples que se compõe o folhetim Obama vs Congresso. Os Democratas pretendem aumentos reais de impostos e dizem que "cortam" a despesa aumentando-a; já os Republicanos, bem na esteira de Bush, apesar de toda a retórica antidespesista, também pretendem aumentar a despesa embora, é certo, menos que os Democratas.

Rand Paul, senador pelo Kentucky, um dos campeões da plataforma do Tea Party é dos poucos que pretendem reduzir, a sério, a despesa. Para o "jornal da Bárbara" é um dos "loucos fundamentalistas"...

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