terça-feira, 5 de julho de 2011

Romantismo e realidades

Vai por aí um clamor em defesa das ligações "internacionais", do património que o Fontes nos deixou, do futuro em que não acreditamos. Falo do comboio, naturalmente, e, em particular, da ligação entre Valença e Vigo.

No Público de hoje, o editorial (que mania esta de não o assinar!), proclama, indignado:
Um país que fecha uma linha férrea internacional por causa de 235 mil euros de perdas por ano [trocos, portanto] não é apenas pobre; é também um país que parece não acreditar no futuro.
Porém, no mesmo Público, em artigo assinado pelo habitual "ferroviário" jornalista Carlos Cipriano, escreve-se:
Os 232 mil euros de prejuízo na ligação Porto-Vigo são porém, uma gota de água comparados com os dois milhões de de prejuízos anuais da ligação Lisboa-Madrid e dos quase sete milhões de euros de prejuízos do Sud-Expresso (Lisboa-Hendaya).
Ou seja, apenas em três ligações, desprovidas de qualquer utilidade estratégica (é brutal, mas é verdade) são quase 20% dos mais de 47 milhões negativos de resultado operacional em 2010 na CP! Não teremos futuro, isso sim, se permitirmos que situações destas persistam no tempo. Entretanto, abram à exploração estas vias (e as outras) a operadores privados.
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Adenda: do PS, infelizmente, veio o ruído do costume.

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