A esta hora, é este o título de "caixa" do Público: Ameaça de deflação volta a ganhar força em Portugal. Tudo isto porque o índice de preços ao consumidor referente a Outubro, face ao mesmo mês do ano transacto (mês "homólogo"), teve uma variação de -0.2%. Para alguns - quase todos os banqueiros centrais e os media do mainstream -, isto constitui uma "ameaça" porque, supostamente, "a baixa de preços faz com que as famílias adiem os seus consumos e as empresas recuem nos investimentos, tornando a saída da recessão ainda mais difícil".
Assim se contribui para instalar um ambiente propício a uma ainda maior intervenção "planificada". A mensagem é: "há que agir, de preferência imediatamente"; ou, a posteriori, "confirmar" a sabedoria das decisões "surpresa" do salvador-mor em exercício - o BCE e o seu sempre extraordinário e clarividente líder.
Mas o leitor acha mal que os preços baixem? Sente-se prejudicado com isso? É daqueles que está à espera há para aí uns vinte anos, aguardando pelo fim das sucessivas descidas de preços dos computadores? Aguarda há 8 anos para mudar de televisor porque o LCD, o "plasma" e agora os LED ultrafinos continuam a baixar de preço? Está há 3 anos à espera do "preço justo" para comprar um smartphone? Estará afinal a indústria da electrónica a desaparecer sem que nos tenhamos dado conta?
Toda a conversa da "ameaça" da deflação se baseia numa incorrecta leitura histórico-económica dos acontecimentos da Grande Depressão, o que é um óptimo pretexto para ler o recente livro de David Stockman e, assim, obter uma narrativa radicalmente diferente do que então se passou (recensão recente aqui). A ortodoxia dominante quer vender-nos a ideia que uma descida sustentada de preços é inimiga do crescimento económico. Nada mais falso.
E, por último, alguém entende qual a razão por que a subida do preços é, pelo contrário, "boa" para os consumidores? Especialmente para aqueles que vivem dos seus salários e das suas pensões de reforma? Bullshit.
Assim se contribui para instalar um ambiente propício a uma ainda maior intervenção "planificada". A mensagem é: "há que agir, de preferência imediatamente"; ou, a posteriori, "confirmar" a sabedoria das decisões "surpresa" do salvador-mor em exercício - o BCE e o seu sempre extraordinário e clarividente líder.
Mas o leitor acha mal que os preços baixem? Sente-se prejudicado com isso? É daqueles que está à espera há para aí uns vinte anos, aguardando pelo fim das sucessivas descidas de preços dos computadores? Aguarda há 8 anos para mudar de televisor porque o LCD, o "plasma" e agora os LED ultrafinos continuam a baixar de preço? Está há 3 anos à espera do "preço justo" para comprar um smartphone? Estará afinal a indústria da electrónica a desaparecer sem que nos tenhamos dado conta?
Toda a conversa da "ameaça" da deflação se baseia numa incorrecta leitura histórico-económica dos acontecimentos da Grande Depressão, o que é um óptimo pretexto para ler o recente livro de David Stockman e, assim, obter uma narrativa radicalmente diferente do que então se passou (recensão recente aqui). A ortodoxia dominante quer vender-nos a ideia que uma descida sustentada de preços é inimiga do crescimento económico. Nada mais falso.
E, por último, alguém entende qual a razão por que a subida do preços é, pelo contrário, "boa" para os consumidores? Especialmente para aqueles que vivem dos seus salários e das suas pensões de reforma? Bullshit.
1 comentário:
Caro E.F.Para consumo, e deleite, interno. Mas não pode deixar de sorrir com esta.
"...o BCE e o seu sempre extraordinário e clarividente líder...."
"... use the death penalty on convicted embezzling bankers...."
http://www.zerohedge.com/news/2013-11-13/vietnam-shows-how-clean-banking-system-ex-banker-faces-death-penalty-fraud
Longe vai o tempo em que um banqueiro era, respeitadamente, um empresário e o seu capital.
Madoff demonstrou -e o BNP- que "ele" há outras formas de se ser banqueiro/bancário/financeiro....
O BCE é um avanço, civilacional, ainda maior. Se acreditássemos que o homem fala pela sua própria boca -muito discutível- teríamos um simples funcionário topo da piramede num sistema monetário que se auto-proclama capaz de se contrapor ao Dolar.
O que, diga-se, já foi muito mais difícil.
Mas não há sanções para o erro que arruína, e que enriquece, despropocionadamente tanta gente?.
O banqueiro, em nome próprio, perdia o seu dinheiro e dos associados.
E agora?. O homem volta feliz para as sua opípara vidinha?.
E os mandantes?.
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