domingo, 22 de dezembro de 2013

JFK: probabilidades aplicadas à teoria da coincidências

Terminei de ler o livro que tem estado na vitrina nos últimos dias - The Man Who Killed - The Case Against LBJ. Informativo e metódico e, assim mo pareceu, suficientemente desapaixonado para conseguir ser objectivo. Não revela nenhuma tese revolucionária quando ao assassinato de John Fitzgerald Kennedy, mas creio que consegue confirmar o poderoso libelo acusatório que já existia contra Lyndon B. Johnson. O seu autor, Roger Stone, seguindo à risca um conselho recebido, cumpriu um período de nojo após o assassinato de JFK - 50 anos (não obstante o meio século decorrido, persistem ainda muitas portas por abrir). No último capítulo, menciona um outro livro, igualmente publicado este ano, da autoria de Richard Belzer (o actor que interpreta o sargento John Munch na série "Law & Order") e de David Wayner. É desta última publicação, significativamente intitulada Hit List, que retiro os dados que de seguida refiro (disponíveis para consulta na funcionalidade "look inside") ilustradores da minha anterior elucubração:
  • Um ano após o assassinato de John F. Kennedy [e de Lee Harvey Oswald], 15 das testemunhas materiais, num total de cerca de 1400, tinham falecido. A probabilidade de um tal  acontecimento "composto" se verificar foi calculada como sendo de
1 hipótese em 167.145.910.421.722. Arredondando, uma hipótese em 167 milhões de milhões (167 seguido de 12 zeros).
  • Nos 14 anos subsequentes ao assassinato de John F. Kennedy, pelo menos 70 pessoas, de entre as 1400 testemunhas materiais, faleceram de causas não naturais. A probabilidade de uma tal ocorrência foi calculada como correspondendo a cerca de
1 hipótese em 714 milhões de milhões de milhões de milhões de milhões (714 seguido de 30 zeros).
São desta ordem de grandeza as probabilidades de ocorrência de meras (e consecutivas) coincidências no caso JFK, única explicação possível para excluir a existência de uma conspiração - no assassinato e no subsequente encobrimento (coverup).
_________________________________
Nota: a título de mera referência, observe-se que a probabilidade de, com uma única aposta, se acertar no euromilhões é, rigorosamente, de uma hipótese em 116.531.800 combinações possíveis.]

9 comentários:

Floribundus disse...

nunca me interessei grandemente por problemas com alta probabilidade de não se conhecer quem foram os mandantes dos crimes
quer de JFK quer de Sá Carneiro

houve certos risos estranhos
de LBJ
e de um politico tuga

Eduardo Freitas disse...

Caro Floribundus,

Até recentemente, o mesmo sucedia comigo.

Sucede que, por múltiplas razões que não vêm agora ao caso, interessei-me particularmente pela história americana contemporânea onde investi bastante tempo no seu estudo. Do que fui lendo, pareceu-me emergir um padrão de "coincidências" com epicentro na Casa Branca. O professor Lance de Haven-Smith, da universidade do Texas, cunhou mesmo um conceito a parir delas, traduzido no acrónimo - SCAD.

Floribundus disse...

Caro Eduardo
concordo consigo
se 'por trás duma moita está outra'
por detrás dum político está sempre a ambição dum 'cara de pau'.

agora estudo a alimentação desde o início de vestígios arqueológicos estudados por botânicos, químicos e outros. integra-se na minha preocupação sobre a condição humana.

Boas Festas para si e todos os seus

Lura do Grilo disse...

Dá que pensar

Oscar Maximo disse...

A deformação de raciocínio aqui presente é visivel com a seguinte afirmação: Quem ganha o euro milhões tem uma probalibidade muito baixa, logo montou um sistema com os donos da extração.

Eduardo Freitas disse...

Caro Óscar Máximo,

"Deformação do raciocínio"? Será que poderá elaborar, mais que não seja por observação do espírito da quadra natalícia que atravessamos, onde reside exactamente a minha "deformação"?

Não lhe parece antes que a sua sugestão - por sinal, atractiva - é particularmente aplicável aos que, ao invés, persistem na inabalável crença em teorias da coincidência de probabilidade infinitesimal?

Saudações

Lura do Grilo disse...

"Quem ganha o euro milhões tem uma probalibidade muito baixa" ... olhe que não, olhe que não. Já quando um contrabandista de droga e tabaco da Galiza é premiado três vezes com a lotaria tudo aponta a que terá comprado os bilhetes premiados para fazer uma lavagem de dinheiro.

Diogo disse...

Caro Eduardo,

Julgo que basta ver o derradeiro e fatal tiro, filmado por Abraham Zapruder, para perceber que Kennedy é atingido de frente (contra a tese oficial).

Veja este documentário do Canal História a explicar o terrorismo da NATO na Europa:

http://www.dailymotion.com/video/x1224fc_o-exercito-secreto-da-nato_news

Eduardo Freitas disse...

Caro Diogo,

Sim. Também creio que apesar das sucessivas tentativas de desacreditar (e até mesmo de falsificar por amputação) o registo de Zapruder, o filme constitui prova suficiente (para além de outras) da existência de pelo menos mais um atirador, para além de quem quer que tenha disparado do 6º andar do Texas School Book Depository (tiros disparados de cima para baixo em direcção às costas de JFK). Ora, tal facto contraria de forma insanável o relatório da Comissão Warren sendo o bastante para o desacreditar por completo a par da, essa sim surreal e paranóica, “teoria da bala mágica”. Desse ponto de vista, é muito interessante o facto de até hoje nenhum membro da elite americana ligada ao poder - nem sequer um membro do clã Kennedy - tenha publicamente posto em causa o referido relatório que assim permanece como a versão oficial do sucedido. Aliás, este último facto é muitas vezes usado como o argumento “definitivo” para descartar como autênticos lunáticos os “adeptos” da “teoria da conspiração” (vide despacho da CIA, de Janeiro de 1967, disponível em http://jfklancer.com/CIA.html, comentado em http://memoryholeblog.com/2013/01/20/cia-document-1035-960-foundation-of-a-weaponized-term/, e largamente dilucidado no livro que ocupa agora a vitrina, da autoria de deHaven-Smith.

Não obstante, parece-me evidente que o verdadeiramente importante não está em saber quantos foram os atiradores/assassinos mas antes estabelecer quem foram os mandantes do assassinato para o que inevitavelmente será necessário responder - como é regra em qualquer assassinato "civil" - à pergunta: Qui bono? Quem beneficiaria com a morte de John Kennedy?

O mesmo se diga quanto à morte de Robert Kennedy, 5 anos mais tarde, quando, também ele, se encontrava em campanha eleitoral para a presidência americana. Nixon, finalmente, atingiria a Casa Branca.