quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Regulação e cálculo económico (I)

Um extracto do artigo de Chris Rossini, "Governments Can't Count The Costs", onde se argumenta ser impossível à regulação estatal justificar que os benefícios da sua actuação suplantem os custos decorrentes da sua existência e que tal facto independe do partido, Republicano ou Democrata, que circunstancialmente ocupa o poder (minha tradução):
(...) [É] preciso começar pelo início, com as trocas voluntárias e com os preços. Para possibilitar o cálculo [económico] de forma precisa, estes elementos são absolutamente necessários. Felizmente, estão ambos presentes no mercado a todo o instante do dia. As empresas esforçam-se, em contínuo, para proporcionar aos consumidores o que estes desejam e a um preço que eles estejam dispostos a pagar. A McDonald's não consegue forçar-nos a entrar no seu restaurante quando passamos defronte na rua. As empresas não conseguem forçar-nos a que façamos trocas [dinheiro por bens e serviços] com elas.

O estado funciona num jogo com regras totalmente diferentes. Ele fica com o seu dinheiro, leitor, por via da força. Se não lho der, ele pode (e irá) utilizar a violência contra si.

Pelo que, de imediato, deve ficar evidente que a relação entre os consumidores e as empresas é muito, muito diferente daquela existente entre os consumidores e o estado.

Esta dicotomia é extremamente importante. Observe-se que as empresas têm que obter os seus fundos através de transacções voluntárias para, de seguida, afectar os seus recursos. Elas utilizam os recursos que têm. Em cada decisão, têm que "calcular o custo". Do mesmo modo, em cada decisão que tomem, estão a arriscar os seus próprios fundos. A McDonald's não tem acesso ao mealheiro do Burger King.

Com o estado (infelizmente) é diferente. Se ele pretender mais dinheiro, aumentará os nossos impostos. Se isso não for suficiente, tem a sua própria impressora denominada Reserva Federal que irá cuidar de "arranjar" o resto. Por outras palavras, a sua capacidade para impor a extorsão sobre cada um de nós é ilimitada. "Calcular o custo" não está no seu léxico. Só o Afeganistão e o Iraque custaram cerca de 2 milhões de milhões de dólares [trillions]. Acaso pensar-se-á que ande alguém com o sono afectado por causa disso?


Deve agora ser evidente saber quem tem os incentivos para satisfazer as necessidades dos consumidores e a um custo eficiente. Esses incentivos estão também reflectidos nas atitudes com que os consumidores se defrontam quando lidam com empresas e com o estado. Ao entrar num espaço comercial, o consumidor será de imediato cortejado. A sua satisfação é muito importante. Caso contrário, se ele não estiver satisfeito, existe a possibilidade que a venda não ocorra. É o consumidor que detém o derradeiro poder económico.

E o que é que acontece quando um indivíduo entra num espaço operado pelo governo? A sua própria existência é um incómodo para o burocrata. Ele é um intruso indesejável cuja satisfação é imaterial. A ele cabe-lhe obedecer e pagar, ou então...

Ron Paul disse-o melhor: "Um burocrata do planeamento central não pode ser um substituto para as leis da oferta e da procura". O estado não funciona sob as leis da oferta e da procura. Literalmente, o estado não pode demonstrar que as suas acções justificam os custos em que incorre.

Isto não é uma característica republicana ou democrata. O próprio ADN do estado proíbe-o. Apenas os detentores de propriedade privada, que voluntariamente estabelecem trocas entre si, e que só têm acesso aos recursos de que são proprietários, são capazes de calcular e de tomar decisões racionais. Cada édito proveniente dos burocratas espoliadores apenas serve para estragar a bela dinâmica do mercado.

1 comentário:

Floribundus disse...

único direito adquirido dos contribuintes:
colocar a carteira à disposição do fisco