domingo, 16 de janeiro de 2011

Estatismo e imobilismo vs mercado, prémios e sanções

Este fim de semana, a leitura do Expresso voltou a irritar-me pelo evidente socratismo que continua a perpassar pela redacção, nomeadamente por Nicolau Santos. Em contrapartida, a entrevista com Eric Hanushek atenuou a irritação pois todos gostamos de ler a defesa das posições que nós próprios sustentamos. Pensei em escrever um post sobre o assunto até porque o título era (justamente) "provocador": "É preciso afastar os maus professores da sala de aula".

Entretanto, hoje, no Público, Nuno Serra, um dos co-autores do blogue Ladrões de Bicicletas, volta a repisar os velhíssimos argumentos para deixar a escola tal como está (salvo gastando mais dinheiro, como é evidente). O título do artigo de opinião diz bem ao que vem: "As escolas privadas e a demagogia do cheque-ensino" e o "sobre-título", então, é devastador: "Se os alunos pretendessem frequentar a melhor escola ao seu dispor, como ficaria a tão aclamada "liberdade de escolha"? A qualidade da argumentação não merece resposta.

Como diz Hanushek, "Numa escola [tal como numa empresa], toda a gente sabe quais são os bons e os maus professores [profissionais]. Não temos é políticas que segurem os primeiros e não os segundos. emos de premiar os melhores, recompensá-los com incentivos financeiros ou outros, de forma a garantir que não vão fazer outra coisa qualquer." E ainda: "Dentro da escola, os professores sabem muito bem quem está a fazer um bom trabalho ou não. A questão é se conseguem expressar isso de uma forma honesta(...) Dar mais autonomia às escolas para tomar decisões - em relação aos salários, à forma como querem gastar o dinheiro, etc. - é uma coisa boa, mas só se for acompanhada por uma avaliação externa e de prestação de contas. Caso contrário, professores e escolas podem fazer todo o tipo de coisas estranhas que não queremos." Claro que Hanushek se está a referir às escolas públicas.

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