quarta-feira, 16 de março de 2011

Um elenco inesquecível (3)

A propósito da descida de rating que a Moodys levou a cabo relativamente a Portugal, logo a seguir à entrevista de José Sócrates à SIC, e segundo o Jornal de Negócios, Teixeira dos Santos recorda que a Moody’s considerou as medidas de austeridade do Governo “ambiciosas” mas destacou a incerteza política.

Ora sucede que a fundamentação que a Moodys apresentou para a sua decisão, em lado nenhum faz referência a "incerteza política", conforme se pode ler na transcrição que o Prof. Álvaro Santos Pereira faz dessa fundamentação no Desmitos, a partir do Finantial Times, no seu post Corte de Rating. Pelo contrário, a referência ao reconhecimento da necessidade de consolidação fiscal por parte dos dois principais partidos  (o PS e o PSD) é até reconhecida e valorizada pela Moodys, nos seguintes termos:
The rating agency also notes that the commitment to fiscal consolidation shared by both leading political parties is an important reason why Portugal’s rating remains within the A range, given the current government’s minority composition and the possibility of early elections being called in the near future. In view of the political realities, an EFSF programme could help to ensure that the targets are fulfilled.

A aura de um bom técnico e bom ministro de Teixeira dos Santos há muito que o tinha abandonado. Como se constata mais uma vez, a mentira inverdade passou também a fazer parte do seu comportamento.

Sem comentários: