Uma das lengalengas com que fomos incessantemente martelados nos governos de Sócrates foi a do "sucesso" da política energética seguida, medido pelo volume de importações de combustíveis fósseis que se teriam evitado com a correspondente diminuição das emissões de CO2.
É interessante observar, agora que os défices externos voltaram a ser importantes (foi-se Constâncio...), que quer Salazar, a começar pela tristemente célebre campanha do trigo, quer o PC e respectivos compagnons de route a seguir ao 25 de Abril, erigiram como estratégia de independência e crescimento do país a substituição de importações. Nada tenho contra essa estratégia se - e de um grande SE se trata - isso não significar adquirir um dado produto a um preço mais caro, supondo idêntica qualidade, face ao que acontecia antes da dita substituição. Repare-se que, não havendo intervenção estatal, nem na subsidiação da produção interna nem da imposição de tarifas aos produtos importados, o mercado, deixado a si próprio, se encarregará de decidir se e em que grau ocorrerá a "substituição".
Intervindo o Estado, distorcendo os preços, as maiores aberrações poderão - e irão - acontecer, tanto mais pronunciadas quanto maior a sua intervenção.
Atente-se, por exemplo, no artigo Corn-ethanol fiction, no Washington Times (realces meus):
É interessante observar, agora que os défices externos voltaram a ser importantes (foi-se Constâncio...), que quer Salazar, a começar pela tristemente célebre campanha do trigo, quer o PC e respectivos compagnons de route a seguir ao 25 de Abril, erigiram como estratégia de independência e crescimento do país a substituição de importações. Nada tenho contra essa estratégia se - e de um grande SE se trata - isso não significar adquirir um dado produto a um preço mais caro, supondo idêntica qualidade, face ao que acontecia antes da dita substituição. Repare-se que, não havendo intervenção estatal, nem na subsidiação da produção interna nem da imposição de tarifas aos produtos importados, o mercado, deixado a si próprio, se encarregará de decidir se e em que grau ocorrerá a "substituição".
Intervindo o Estado, distorcendo os preços, as maiores aberrações poderão - e irão - acontecer, tanto mais pronunciadas quanto maior a sua intervenção.
Atente-se, por exemplo, no artigo Corn-ethanol fiction, no Washington Times (realces meus):
The EIA [Energy Information Administration] forecast shows that current federal ethanol policy produces a minuscule additional amount of ethanol over what would be produced using a competitive market policy in the foreseeable future. In 2010, a mere 600 million gallons of additional ethanol were produced, roughly 5 percent of the 13 billion total gallons produced. In 2015, federal policies will increase production by just 1.4 billion gallons. The latter is less than 1 percent of U.S. gasoline consumption, and the cost per barrel of petroleum import reduction is an astounding $2,171.Tendo em atenção que a cotação do barril WTI ronda os 95 dólares, temos assim que a "substituição" custa, ao contribuinte americano, mais de 2000 dólares por barril!!!
Tive a oportunidade de perguntar ao blogger Álvaro Santos Pereira (ASP) pela sua opinião quanto à justeza da "política das ventoinhas" dos governos anteriores. No meio dos seus afazeres, o agora Ministro não teve oportunidade de me responder. No seu último livro, "Portugal na Hora da Verdade", a páginas 453-456, ASP expõe algumas dúvidas, de forma algo subtil, sobre a bondade do que se tem feito. Convidava-o a promover um estudo independente sobre o tema para que os portugueses saibam, com rigor, o que custa o quê. Seria um serviço que prestava ao país e que, talvez, pudesse contribuir para evitar os mais que prováveis disparates decorrentes da aplicação do programa de governo na área do Ambiente, como bem se chamava a atenção ontem no Ecotretas.
2 comentários:
Aconselho-o a leitura dum pequeno livro sobre o tema "The Wind Farm Scam" de John Etherington, onde o autor demonstra com funciona o esquema e quem beneficia.
Caro JPRibeiro,
Grato pela referência.
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