A figura abaixo representa a evolução das reservas provadas de petróleo nos últimos 20 anos à escala mundial (cf. dados disponibilizados pela BP). Se de 2001 para 1991 o acréscimo foi de 22,7%, já de 2011 relativamente a 2001 ele foi de 30,4%. Particularmente interessante é também a perda da importância relativa do Médio Oriente nestes 20 anos: de 64% para 48,1% da produção mundial, essencialmente em contrapartida do continente sul-americano.
Por diversas vezes tendo por aqui afirmado que não há nenhuma razão para, ao contrário do que veiculam os alarmistas, pensar que o esgotamento do petróleo (como aliás de qualquer outro recurso natural) esteja iminente. Mas mesmo que se verifique uma escassez relativa de um dado recurso natural, e com isso se verifique um aumento do seu preço, o mercado (o resultado da interacção humana) tratará de encontrar uma solução (normalmente pelo desenvolvimento de novas e/ou mais eficientes tecnologias). Nesta linha de pensamento, poder-se-ia dizer que a evolução recente dos preços do petróleo traduz exactamente essa escassez relativa (apesar dos volumes absolutos acima graficados). Mas será mesmo assim?
Num mundo que, especialmente nos últimos 40 anos, se habituou a viver em regime de inflação permanente (ainda que "moderada" nos últimos 15/20 anos), será talvez melhor usar um outro padrão para aferir da evolução dos preços reais do petróleo. É o que se faz no gráfico seguinte (retirado daqui):
Reparem como a leitura dos preços actuais do barril de petróleo (WTI) é radicalmente diferente. Afinal, relativamente ao ouro, os preços actuais, reais, são sensivelmente idênticos aos que se verificavam nas vésperas do 1º "choque" petrolífero!
Assim sendo, e por muito que custe aos alarmistas de profissão, quer no volume conhecido de reservas provadas, quer no preço real - indicador fundamental do mercado para informar os seus participantes da "escassez" - o petróleo não dá mostras de se esgotar. Temos pena.
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