Uma das coisas mais notáveis que neste momento está ocorrendo no mundo é a revolução no mercado energético dos EUA provocada pelo barato gás de xisto. Em quatro anos, esta revolução reduziu a metade o custo do gás, possibilitando poupar aos consumidores de energia nos EUA cerca de 100 mil milhões de dólares. Graças à crescente substituição do carvão pelo gás, também as "emissões de carbono" dos Estados Unidos, admitindo que tenham alguma importância, caíram para o nível mais baixo nos últimos 20 anos.
Na Grã-Bretanha, graças à absoluta incompetência dos responsáveis pela nossa política energética, aconteceu o oposto. O aumento do custo do gás importado levou as nossas empresas produtoras de electricidade a voltar ao carvão, o qual, nas últimas duas semanas, vem contribuindo com pelo menos 40 por cento da produção total de electricidade. Por mais de uma ocasião, no entanto, o contributo de todas as nossas 3500 turbinas eólicas, por junto, tem sido tão pouco quanto 0,2%, com as centrais eléctricas a carvão a representar 200 vezes mais.
Quanto ao gás de xisto, do qual também possuímos enormes reservas, o nosso Governo parece despender todos os esforços para desencorajar a sua exploração. Isto é assim porque se trata de outro combustível fóssil que não nos irá ajudar a cumprir a nossa meta (totalmente inatingível), via UE, de gerar 32% da nossa electricidade, em 2020, a partir de "renováveis" - tais como daqueles inúteis moinhos de vento. Deste modo, a nossa factura energética continuará a subir e, com metade de nossas centrais de produção de electricidade a carvão condenadas a encerrar obedecendo a uma directiva da UE, a perspectiva de as lâmpadas da Grã-Bretanha se apagarem e os computadores se desligarem vai-se aproximando a cada mês que passa. Será que alguma vez houve, na história do nosso país, uma fuga mais louca da realidade?
A loucura a que Booker se refere é exactamente a mesma que subjaz a esta inanidade inspirada e expirada pelas metástases da religião verde e politicamente correcta de Bruxelas. Anunciar que Portugal pode (reparem no "pode") poupar 1200 milhões de euros em energia se se concretizarem os cenários cor-de-rosa do Roteiro Nacional do Baixo Carbono 2050 (!!!) é pura ficção e total desperdício de tempo e dinheiro ao mesmo tempo que se deixam acumular custos cada vez mais incomportáveis na factura energética e na segurança da sua disponibilidade. Caramba! Até a Quercus reconhece que ter gasto 50 milhões de euros com o carro eléctrico (250 exemplares em todo o país até agora) foi "exagerado".
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