Abro uma excepção ao silêncio a que me tinha imposto, para citar uma passagem da crónica de hoje de Alberto Gonçalves no DN cujo título é "Doutores e engenheiros":
«Espero ser redundante acrescentar que, por si, um diploma significa pouquinho. Só há duas atitudes mais saloias do que atribuir exagerada importância ao curso que se obteve legitimamente: pretender que se obteve um curso e "tirá-lo", visto que "tirar" é o termo, de forma ilegítima. Pelos vistos, o dr. Relvas escolheu a última hipótese, no que já começa a configurar uma tradição da nossa classe política e uma prova do respectivo, e ilimitado, provincianismo.
E se os provincianos com poder têm a desvantagem de atrasar uma sociedade, também têm a virtude de a transformar num divertimento para quem se dá ao luxo de contemplá-la à distância. Como o eng. Sócrates, o dr. Relvas diverte, quase tanto quanto o espectáculo dado pelos que se indignavam com a peculiar licenciatura do eng. Sócrates para hoje defenderem o direito do dr. Relvas à falcatrua e, em contrapartida, pelos que afiançavam a lisura curricular do eng. Sócrates para hoje exigirem a cabeça (simbólica, salvo seja) do dr. Relvas. É verdade que a direcção do PS preferiu o silêncio, à imagem da actual direcção do PSD aquando do "debate" sobre o "inglês técnico" do eng. Sócrates. Mas não se veja dignidade onde só existem interesses, privilégios e trapaças comuns. Estão bem uns para os outros, o "engenheiro", o "doutor", os séquitos de ambos, o ensino "superior" especializado em favores e, na medida em que toda a paródia resultará em nada, o país assim parodiado.»
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