Segundo leio, Bento XVI, lamentou na sua homilia de hoje que o mundo de hoje esteja ainda "muito marcado por focos de tensão e confronto causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo prevalecer de uma mentalidade egoísta e individualista, que se exprime também por um capitalismo financeiro sem regras".
Duas breves notas:
1) Como compaginar o reforço da prevalência de uma "mentalidade egoísta e individualista" quando o Estado absorve uma cada vez maior parcela da riqueza gerada para - assim é propagandeado pelos seus defensores -, "promover a solidariedade" através da sempre crescente subida de impostos, em ordem a precisamente atenuar a desigualdade de rendimentos? Não ocorrerá que esteja precisamente na engenharia social de uma "solidariedade" imposta, e necessariamente da sua despersonalização e burocratização, que promove precisamente comportamentos inversos aos que os "humanitários" pretendiam perseguir? Não reside aí, afinal, a real fonte da sanha persecutória contra Isabel Jonet?
2) Como é possível continuar a sustentar a suposta existência de um "capitalismo financeiro sem regras" quando são os Estados, porque não lhes convém, que não permitem que os bancos entrem em falência em resultado da má gestão de que foram alvo (ou das fraudes que lá ocorreram) tal como acontece a qualquer empresa que não seja de "regime"? Porque havemos de continuar a aceitar que seja sempre o contribuinte a suportar os custos de resgatar zombies como, entre muitos, o banco franco-belga Dexia (o terceiro resgate vem a caminho), as Cajas espanholas, o BPN ou agora o Banif?
Nada disto tem a ver com o capitalismo. É antes o seu contrário.
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