O Senado americano votou ontem à noite uma proposta para evitar o já famoso "precipício fiscal". Não é ainda a versão final pois a Câmara dos Representantes também terá ainda de se pronunciar sobre a mesma mas o resultado final, creio, não será muito diferente do deste acordo de última hora.
Um pouco por todo o mundo (por exemplo, aqui, aqui, aqui ou aqui), os media do mainstream suspiram fundo perante o esvaizamento da ameaça do Armagedeão que se seguiria caso o "compromisso" bipartidário não tivesse sido conseguido. Tudo seguiu o costumeiro guião: mais 620 mil milhões de dólares de receita fiscal e para-fiscal e 20 mil milhões de "cortes" na despesa (na verdade, apenas uma diminuição no crescimento projectado da despesa pública), numa proporção de 40:1 (!) como Robert Wenzel assinala. Tudo isto embalado, como é bem de ver, pela retórica de Obama de que serão os "ricos" que suportarão a maior parte desse aumento através do aumento do IRS lá do sítio. A realidade, porém, é bem diferente: mais de metade do crescimento da receita advirá do acréscimo de cerca de 50% (!) dos descontos para a segurança social a suportar pelos trabalhadores!
Sim, não há dúvida. O precipício ficou mais perto. O precipício para que a economia americana com a ajuda preciosa dos republicanos que assim voltam a demonstrar a sua inutilidade (como Pat Buchanan assinalou).
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