Christopher Booker, a quem já me referi aqui e aqui, é um combatente de longa data pela racionalidade da decisão política e, por isso mesmo, um persistente combatente das sucessivas (e infundadas) histerias colectivas lançadas pelos profetas da desgraça que clamam pela crescente intervenção governamental brandindo para tal a defesa do tenebroso princípio da precaução. Por diversos motivos, entre os quais a existência de uma poderosa imprensa sensacionalista, a Grã-Bretanha tem sido historicamente um dos centros do alarmismo militante com a notável particularidade de os três principais partidos - o Conservador, o Liberal e o Trabalhista - não se distinguirem entre si no essencial das políticas que têm defendido contra os sucessivos pânicos que, periodicamente, se têm instalado no país.
O livro figurado à direita é um longo repositório dos sucessivos scares (pânicos) a que os britânicos têm sido sujeitos, à paranóia regulatória governamental deles resultante e aos inevitáveis e disparatadamente elevados custos económicos associados. O seu subtítulo é bem ilustrativo: "Da BSE ao Aquecimento Global: por que razão os pânicos nos estão custando a Terra".
O mais recente desses pânicos tem uma particularidade face aos anteriores: a escala, nunca antes atingida, dos gigantescos custos económicos associados para "lidar" com o Aquecimento Global e, naturalmente, a correspondente movimentação dos actores que mais têm a ganhar com toda a engrenagem de impostos + regulamentações + subsídios com que os Governos tipicamente respondem perante os scares.
Na sua crónica de ontem, Booker continua a expor a irracionalidade das políticas dos sucessivos governos britânicos perante o "Aquecimento Global" nomeadamente quanto às consequências inesperadas da generalidade das acções governamentais (razão pela qual os governos estão permanentemente a corrigir a regulamentação por eles própria redigida). Conta Booker que, em 2005, John Prescott (vice primeiro-ministro de Tony Blair), promovendo a redução da "pegada" de carbono, tornou obrigatória a instalação, para efeitos de aquecimento, de caldeiras de condensação, equipamentos que hoje estão já presentes em 8 milhões de habitações. Ora sucede que, pelos efeitos conhecidos da mais recente emergência dos inequívocos sinais de "aquecimento global" - um manto espesso de neve e frio glacial dos Estados Unidos à Europa, da Rússia até à China - os tubos por onde a água resultante da condensação que tinham sido instalados no exterior das habitações gelaram! Resultado: apenas na região de Yorkshire, a British Gas reportou ter recebido 60 mil pedidos de emergência para reparação dos referidos tubos com o custo unitário de 300 libras por pedido. No total, Booker estima que cerca de 1 milhão de tubos tenham congelado em toda a Grã-Bretanha.
Booker remata a sua crónica, escrevendo: "Meanwhile, two days before Christmas, the Department for Environment, Food and Rural Affairs published a 130-page document warning how Britain’s infrastructure will “struggle to cope with climate change” between 2030 and 2100, as our road, rail and water networks are threatened by “floods, rising temperatures and higher sea levels”.
Assim vai a Grã-Bretanha e, de um modo geral, o mundo ocidental.
Booker remata a sua crónica, escrevendo: "Meanwhile, two days before Christmas, the Department for Environment, Food and Rural Affairs published a 130-page document warning how Britain’s infrastructure will “struggle to cope with climate change” between 2030 and 2100, as our road, rail and water networks are threatened by “floods, rising temperatures and higher sea levels”.
Assim vai a Grã-Bretanha e, de um modo geral, o mundo ocidental.
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