Como tentei explicar aqui, um país pequeno e relativamente pobre como Portugal adentro da União Europeia, deve opor-se terminantemente a qualquer espécie de harmonização fiscal que, não por acaso, é defendida por Merkel e Sarkozy. Recorde-se, a propósito, a insistência com que tentaram que a Irlanda aumentasse o seu IRC aquando da negociação do resgate financeiro. A competição pelo investimento estrangeiro é feroz e nós precisamos dele como de pão para a boca e a atractividade e estabilidade fiscais são importantíssimos factores na sua captação.
Mas a julgar por múltiplos posts, de que este (para que Miguel Noronha chama a atenção) será exemplar, há quem não pense assim e chegue mesmo a apodar de "liberais de pacote" os que se limitam a evidenciar a racionalidade desta decisão da Jerónimo Martins (ou desta outra da Sonae). Há quem ache tal comportamento imoral? Pois deixem-me dizer-vos que imoral é a brutal carga fiscal sob que vivemos e nos está a sufocar a todos. Das 20 empresas do PSI20, 19 já têm a sua sede fora de Portugal, 17 das quais na Holanda! Se há algo de útil a retirar de toda a poeira libertada quanto a este assunto, concentremo-nos em perguntar por que razão tal sucederá e o que devemos fazer para a contrariar.
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