quinta-feira, 26 de julho de 2012

Epifania regulatória

Concorrência: Painéis de preços nas auto-estradas tornaram combustíveis mais caros.

Em tempo: quem sugeriu a colocação dos painéis foi a AdC ("Autoridade da Concorrência") precisamente para "estimular" a transparência e a concorrência...

2 comentários:

Contra.facção disse...

Sem regulação, claro!
Nos medicamentos pode-se regular o preço. Nos combustíveis, por que não?

Eduardo Freitas disse...

Caro Miguel Loureiro,

Recordo-me de alguns países onde a alimentação, a habitação, o vestuário, etc., eram/são baratíssimos.

Um desses países, 43 anos após a instauração de um regime que ainda perdura, mantém-se a famigerada libreta, nome local para a caderneta de racionamento. Um outro país, na mesma região, inaugurou há uns anos umas "lojas do povo" onde os preços eram, diziam, "justos". O problema, está bem de ver, é que as prateleiras teimam em estar vazias, tal como os "selos" da libreta não chegam para assegurar uma alimentação paupérrima em metade do mês!

Creio, pela amável troca de comentários que vimos terçando, ora por aqui ora no Contra-facção, que não será bem esta "regulação" que o Miguel Loureiro defende até pelo exemplo que dá da relativo aos medicamentos. Mas o que lhe garante a si que a "regulação", longa de décadas, do sector dos medicamentos tem proporcionado preços mais baixos dos que resultariam caso não houvesse "regulação", ou seja, controlo administrativo de preços, sujeito a toda a troca de traficâncias e correspondente (e inevitável) corrupção?

Volto a formular o convite à leitura do livro que está ainda na vitrina, do politicamente insuspeito Gabriel Kolko. Pelo menos umas páginas da introdução, o que é possível no "preview" proporcionado pela Amazon. É que nele se demonstra que o movimento favorável à regulação das grandes indústrias (no início do século XX) - petróleo, telefones, aço, abate e transformação de carnes, comboios, mineração, etc. - foi exigido e preparado, pelos próprios barões dessas indústrias, naturalmente que em benefício próprio, através do esmagamento da concorrência ou, de forma mais insidiosa (por ter menos visibilidade), estabelecendo barreiras à entrada nas indústrias a novos concorrentes.

Aproveito para antecipar que conto publicar em breve um post relativo ao actual sobrecusto da "regulação" na actividade económica dos EUA.

Cumprimentos.