quarta-feira, 25 de julho de 2012

Por que razão os pais não avisam os filhos?

Esta pergunta, aqui formulada por Gary North, a propósito da obsessão por "canudos" inúteis, ainda que caríssimos (mesmo quando aparentam ser "gratuitos"), é realmente brutal.

Só encontro uma explicação para um comportamento genericamente tão passivo, quando não omisso, por parte de muitos dos pais na não orientação dos seus filhos: a fraude, porque é disso que se trata, perpetrada pelos sucessivos "apaixonados" pela educação,  pela "igualdade de oportunidades", pelas "competências", pelas "qualificações", pelas "aprendizagens", etc., há décadas anunciadoras da obtenção do Céu na Terra. Malditos sejam!

2 comentários:

Contra.facção disse...

Caro Eduardo F.
Se os nossos pais nos tivessem avisado, não estaríamos aqui a debitar bitaites... Só que eles (os nossos pais) nem sempre tinham a informação e a experiência que nós temos (e trabalharam duro para nos formarmos) e penso que não estamos arrependidos do trajeto de vida que fizemos e aconselhamos aos nossos filhos.
O paradigma das licenciaturas (formação académica) não estava nem está errada, errado era o objetivo de aumentar a oferta e reduzir o soldo, invertendo o paradigma.
O curioso é que os mais bem formados não sejam os mais contestatários, mas já Marx se enganou quando previu que seria nos EUA que se iniciaria a revolução dos trabalhadores, por serem mais esclarecidos... Só se enganou, porque também não sabia que não eram os mais esclarecidos.
Há estudos que "comprovam" que os alunos com insucesso na escola são os que melhor singram na vida, mas gostava de ler os argumentos que tem para também querer inverter o paradigma, embora pense que irá pelas mais valias, em termos de produção efetiva da riqueza.
Abraço

Eduardo Freitas disse...

Caro Miguel Loureiro,

Pensava que tinha ficado claro que não me referia à geração dos meus pais. Referia-me, outrossim, à minha própria geração e à incapacidade de muitos - melhor, demissão - em tentar contrariar "vocações" cujo destino é, de há muito conhecido ser o desemprego ou, no máximo, o conseguir uma posição correspondente a um trabalho (talvez) semi-qualificado.

Quem conhece o ambiente empresarial há muito que sabe do que estou a falar.

Sendo o Miguel um meu leitor habitual, creio que reconhecerá o meu cepticismo quando aos "estudos" que por aí são publicados, a esmo, a "provar" isto e aquilo e que não passam de exercícios estatísticos de correlação. Só e apenas isso.

Encontrar uma correlação positiva entre maiores níveis de educação e desenvolvimento económico é fácil e muito me espantaria se ela não existisse. Agora, passar daí para afirmar que o desenvolvimento económico é função dos níveis de educação escolar vai uma diferença abissal. É contra esta ilegítima asserção, que os principais autores e beneficiários do "regime" dominante promovem, que me indigno.

A falácia post hoc ergo propter hoc é, a par da "janela quebrada", um dos erros mais frequentes, e de consequências mais nefastas, que são transmitidos incessantemente pela ortodoxia reinante e pelos media. Não deixam por isso de ser falácias.

Abraço.