A excelente sugestão de um leitor, convido-vos a conhecer melhor o papel da Igreja Católica na construção da civilização ocidental. Este é o primeiro de 12 vídeos que Thomas Woods, o prolixo autor de, entre outros, O Que a Civilização Ocidental Deve à Igreja Católica (livro traduzido em português europeu, de onde derivaram os vídeos) e The Church and the Market: A Catholic Defense of the Free Economy (Studies in Ethics and Economics). Historiador e economista da Escola Austríaca, Thomas Woods é também um mestre na arte de comunicar pelo que foi um prazer percorrer os vídeos (que não conhecia).
8 comentários:
Caro Eduardo,
Sinceramente não consigo entender (ou receio admitir) se este post é sério ou irónico. Para alguém que se esforça por desmascarar teorias totalitárias de pensamento único (comunismo, ecologismo) defender a religião é contra-senso. A religião é o pai do pensamento único e do totalitarismo.
Não consegui ver mais do que 8 muinutos das alarvidades ditas por este Thomas Woods e acho que ninguém devia dar crédito a alguém com tão pouca habilidade para colocar uma gravata.
Cuidado com os filmes no Youtube. Há para todos os gostos. Há uns que garantem que o Elvis está vivo, outros que provam o aquecimento global e ainda outros que demonstram factualmente que os americanos nunca pisaram a Lua.
Excelente! É que se há ateus é porque Deus existe. Aliás não acreditar em Deus é como acreditar na geração espontânea.
Andando as áreas da ciência e da engenharia cada vez mais percebo uma coisa: andamos a tentar imitar sempre uma obra única.
É uma pena que o comentador anterior seja ignorante e não conheça o Thomas Woods, é como o Eduardo explicitou no seu post um dos maiores economistas austríacos americanos, e com um currículo invejável.
É alem de economista, formado em História.
Antes de comentar e dizer asneiras convém fazer um google search sobre a pessoa em causa, assim escusava de dizer asneirada como disse.
Não sendo católico, a verdade é que esta é a religião que moldou o mundo ocidental.
E que na sua génese não é algo nocivo, o que é nocivo é o que se faz usando como justificação a religião, quando a razão nada tem a ver com a religião
Os argumentos valem por si não por quem os diz. E argumentar em favor da religião não é defensável de um ponto de vista racional. O Thomas Woods pode ser brilhante noutros campos, aqui está redondamente enganado.
Da mesma forma o facto do José Saramago ter sido um escritor reconhecido e um ateu convicto não legitima as suas ideias comunistas.
As respostas anteriores mostram bem porque a religião é perigosa. O fascismo ou comunismo não duraram mais de 200 anos mas a religião continua forte mesmo ao fim de 2000 anos. Só mesmo nos países mais desenvolvidos do mundo se pode falar de sociedades laicas.
Confesso que este post foi uma violenta machadada na credibilidade deste blog. Tinha do Eduardo a imagem de uma pessoa racional que nunca contrariaria a razão e a ciência. Mas pelo menos em relação à religião o Eduardo cede ao mito.
Caro BC,
Lamento se o desapontei com a publicação deste vídeo mas devo dizer que também eu fiquei desapontado com a sua reacção, por duas razões principais:
Em primeiro lugar porque não se "descarta" o que outro sustente apenas pelo facto do seu discurso disputar convicções que há muito se instalaram e se “impermeabilizaram”. Muito menos quando esse alguém é quem é, para além de que o tema dos vídeos, como de resto assinalei, se sustenta num livro com 421 anotações e uma lista bibliográfica, se não me enganei a contar, de 143 referências; em segundo lugar, porque estabeleceu uma implicação, que até nem é verdadeira, entre o vídeo que publiquei e o meu posicionamento religioso, o que não lhe é legítimo.
Por fim, e quanto ao que valeria a pena debater – a filosofia da ciência e a religião -, permita-me que cite os dois primeiros parágrafos do (bom) artigo da Wikipedia, em língua inglesa, sobre o tema, antiquérrimo, da relação entre a ciência e a religião (minha tradução):
"A relação entre religião e ciência tem sido matéria de estudo desde a Antiguidade Clássica, abordada por filósofos, teólogos, cientistas e outros comentadores. As perspectivas provenientes de diferentes regiões geográficas, culturas e épocas históricas são diversas. Recentemente, vários analistas têm caracterizado a relação em categorias diversas. Os debates sobre o que é ciência e o que a ciência não é - o problema da demarcação na filosofia da ciência - cruzaram-se com o discurso sobre a religião em alguns casos e ambas têm tido relações complexas nas suas interacções históricas.
A tese de conflito, que afirma que há um conflito intelectual intrínseco entre religião e ciência, permanece geralmente popular entre o público; a maioria dos historiadores da ciência já não a apoiam. Outros cientistas contemporâneos, como Stephen Jay Gould, Francisco Ayala, Kenneth R. Miller e Francis Collins sustentam que a religião e a ciência são magistérios que não se sobrepõem, abordando formas fundamentalmente distintas de conhecimento e aspectos da vida. Alguns teólogos e historiadores da ciência, incluindo John Lennox, Thomas Berry, Brian Swimme e Ken Wilber propõem uma interconexão entre elas."
Sim, o mito existe e está bem vivo entre muitos. Não me enganei pois com a escolha do vídeo para a minha série de “mitos persistentes”.
Eduardo,
Ainda que a teoria final do socialismo, keynesianismo ou ecologismo estejam erradas existem ideias no desenho dessas teorias que estão correctas do ponto de vista racional. Apesar de eu não as comprar acho discutíveis.
A religião não tem ponta racional por onde se pegar. É uma ideia absurda, um mito. E não é por existir há mais de 2.000 anos e muita gente defender que a torna menos absurda e mais real. É irrelevante quantas anotações o autor fez sobre o assunto, a religião não é defensável dentro de um pensamento racional.
O único conflito que existe entre a religião e a ciência é a tentativa (muitas vezes conseguida) de a primeira silenciar a segunda que é aquilo que o pensamento único faz normalmente sobre as ideias discordantes.
Querer colocar religião e ciência no mesmo patamar como se fossem duas alternativas de explicação da natureza é propaganda de teólogos. A argumentação teológica sobre a veracidade da religião é areia para os olhos dos ignorantes ou irracionais.
Apesar de o meu conhecimento sobre a temática religião vs Ciência, admito é muito rudimentar.
Mas quer o BC aceite ou não a realidade é que a religião influencia a sua forma de pensar, dado que presumo tenha nascido em Portugal e tenha vivido em Sociedade.
Muitos dos valores da sociedade, como o Thomas Woods explicita no seu video advém da religião católica, é verdade que em grande parte estes valores podem ser vistos em todas as grandes religiões do período axial.
Mas os livros não são para serem levados a letra, temos a tendencia em esquecer que ha 2000anos as pessoas não tinham acesso à educação como hoje, e foi uma forma de tentar explicar os fenómenos do mundo.
Além que foi uma forma de fazer as pessoas viverem em sociedade.
OS mandamentos são algo que a maioria das pessoas aceita como forma correcta de levar a vida, e se pensar mos bem, é uma forma racional de viver em sociedade.
Todas as religiões tem na sua base a racionalidade, senão vejamos as 4 maiores todas defendem a Regra de ouro, sendo na sua forma positiva, "faz aos outros o que queres que te façam a ti", ou na sua forma negativa "não faças aos outros o que não queres que te façam".
Agora vir dizer que a religião é ser irracional,uma coisa é verdade não consegue provar a não existencia de Deus como também não consegue provar a existencia.
Eu sou ateu
É inegável que as religiões ajudaram a moldar as sociedades. Inevitável dada a preponderância que as mesmas tiveram sobre a humanidade durante os últimos séculos. Da mesma forma é impossível dissociar do Nazismo a economia ou as artes da Alemanha da primeira metade do séc.XX ou entender a sociedade da Coreia do Norte actual sem ter presente o regime comunista.
Só que a influência da religião na história humana foi desastrosa, tal como o efeito do nazismo na Alemanha ou do comunismo na Coreia. O totalitarismo e o pensamento único não trazem coisas boas às pessoas.
Claro que a propaganda das várias religiões chamam a si montanhas de virtude para enganar e controlar as sociedades, mas é precisamente por isso que devemos exercer, sempre que possível, a razão e a liberdade de pensamento. Todos os movimentos totalitários produzem propaganda e silenciam as oposições. A Igreja não é excepção.
Como escrevi no primeiro comentário só vi o primeiro filme e bastou para perceber que é a clássica propaganda da Igreja. Nesses oito minutos ele defende que a solidariedade desinteressada é uma contribuição da Igreja.
A compaixão, fraternidade e solidariedade são sentimentos intrínsecos ao ser humano inteligente. Não foi a Igreja que lhe ensinou.
E a solidariedade católica é tudo menos desinteressada. Ao contrário do que diz a Igreja, Jesus Cristo não era católico mas um judeu ortodoxo. E muito provavelmente demente. Jesus Cristo acreditava literalmente no dia do juízo final. E acreditava que ela ia chegar no seu tempo de vida. Mais, ele acreditava (repito LITERALMENTE) que no juízo final seria feita justiça e os mais pobres na Terra seriam os mais ricos na eternidade. Quando Jesus Cristo pregava a pobreza e a solidariedade como virtudes ele estava a seduzir as pessoas para um vida de abundância e luxo no céu. Repito: Jesus Cristo era muito provavelmente um louco que acreditava LITERALMENTE no dia do juízo final.
Os seguidores de Jesus que haviam de criar o Cristianismo umas décadas depois de ele morrer (e sim ele morreu mesmo, não ressuscitou) continuaram esta ideia. Claro que o dia do Juízo final não surgiu no tempo de vida de Jesus nem nos 2.000 anos seguintes. E posso dar uma novidades, também não chegará nos próximos 2.000.
Como historiador Thomas Woods sabe isto (com grande probabilidade) mas evidentemente esconde a verdadeira razão da apologia da solidariedade e de uma vida despojada de bens materiais que a Igreja defende. PROPAGANDA CLÁSSICA para enganar pessoas ignorantes, desesperadas ou inseguras.
Acredito que os restantes videos mantenham o mesmo nível pelo que não esperem que eu assista a essa lavagem cerebral outra vez.
Porque Filipe, sim eu nasci e cresci em Portugal pelo que levei muitas vezes com essa lavagem cerebral na minha infância e adolescência.
E não, a religião nunca norteou nem nunca norteará a minha forma de pensar e agir.
Eu não sou ateu, sou racional.
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