Segundo o DN, Passos Coelho, falando no encerramento das jornadas parlamentares do PSD, afirmou que "[a]quilo que nesta altura mais está a prejudicar a nossa reforma é o facto de haver da parte dos investidores ainda um certo desfasamento para aquilo que seria o projecto do Governo" tendo acrescentado que agora que o programa de privatizações “está praticamente calendarizado e que vai arrancar agora, durante este mês, [tal facto] possa ser um motivo de viragem, de ponto de viragem de expectativas dos investidores em Portugal". É um passo na direcção certa, não tenho dúvidas disso, mas é muito curto.
O desmantelamento do estado “paralelo”, a dieta agressiva relativa às "gorduras" ao número de organismos e respectivas chefias será sempre insuficiente, por meritório e necessário que seja todo o esforço que o governo tem demonstrado no esforço "racionalizador". É mais um passo na direcção certa mas – não haja ilusões – apenas apenas aflora o problema. E o problema não está, apenas, numa melhor gestão do Estado. Está, sim, no necessário (também no sentido de inevitável) redimensionamento das funções do Estado. Caramba! Há pelo menos 20 anos que Medina Carreira o diz e demonstra!
O primeiro-ministro terá essa noção e ainda que tenha igualmente afirmado, também segundo o DN, que “a opção de atirar dinheiros públicos para cima dos problemas se esgotou” não deixou porém de afirmar, a meu ver contraditoriamente, que a defesa do Estado Social é "um compromisso sério que tem de ir além da proclamação de belos princípios". Enigmaticamente, agora de acordo com o Diário Económico, Passos Coelho afirma tornar-se necessário "lançar as bases de um Estado Social que não seja posto em causa no futuro". Para tal, voltando ao DN, propõe "a introdução do debate, da crítica, do escrutínio, da participação, como princípios fundadores da reforma do Estado, incluindo o Estado Social".
Confusos?
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