segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Encomendas

Na sua edição em papel de hoje, o Público - sabe-se lá porquê... -, resolveu antecipar algumas conclusões do estudo, levado a cabo pela Roland Berger, sob encomenda da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), relativo à identificação dos custos e benefícios das renováveis. Refere o Público que esses custos são, afinal, "muito menores do que apontam as contas oficiais do sector" !!!

Como titulava há uns dias o Ecotretas, "Sente-se o pânico" por parte daqueles que, por todos os meios, tentam agarrar-se às ultra-generosas rendas económicas que vêm obtendo à custa do dinheiro público dinheiro dos contribuintes e consumidores. Diz o Público que o estudo, ao apresentar uma "nova análise",  «[calcula] de forma diferente alguns benefícios e custos associados à produção eléctrica, com base numa "visão económica ajustada"»!!!

O linguajar é bem conhecido para quem tenha alguma familiaridade com as análises custo-benefício relativas a projectos públicos de investimento. Por exemplo, nas SCUT e no TGV, lá fora como cá, basta (re)valorizar o valor do tempo e fixar níveis de procura estratosféricos para que, num autêntico passe de mágica, projectos financeiramente ruinosos sejam anunciados como de grande valor "económico-social" pela via das "externalidades" positivas que, supostamente, possibilitam. [A este propósito, aqui está disponível uma discussão - séria - sobre o projecto governamental de construção de uma nova linha de alta velocidade para passageiros (HS2) projectada para ligar Londres ao norte de Inglaterra.]

Mas, enfim, fico-me por aqui, para fazer o meu próprio juízo quando, logo à tarde, o documento elaborado pela Roland Berger for divulgado (e publicado?) no site da APREN.

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