terça-feira, 22 de novembro de 2011

Portugal provisório, quando não definitivo

Não posso dizer que tenha ficado surpreendido ao ler, no i, que Dois mil novos médicos fazem hoje prova “medíocre”, embora a razão de ser do adjectivo não ser aquela que estava à espera:
"O exame de 100 questões de escolha múltipla foi instituído depois do 25 de Abril como “solução temporária” para a colocação dos médicos, explicou ao i Nuno Sousa, director do Curso de Medicina da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho. Desde então, a chamada Prova Nacional de Seriação mantém-se, embora seja consensual que não serve os propósitos para que foi criada."
Eis uma excelente caracterização, em meia dúzia de linhas, do Estado português. Sem querer passar por passadista recordo-me, entre mil outros exemplos, a inauguração do viaduto rodoviário "provisório" de Alcântara, em 31 de Março de 1972, ao tempo em que Santos e Castro era o presidente da câmara municipal de Lisboa:
Foto retirada daqui (Arquivo Municipal de Lisboa)
Mas suponho que já alguém se teria anteriormente dedicado a este fenómeno quando inventou as famosíssimas marcas que aqui evoco (um pouco em memória, ainda que sem saudosismo, do tempo em que eu era um grande fumador e que, quando o dinheiro "apertava", tinha de optar por uma alternativa ao SG Filtro...):

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