É o que nos dá o até há bem pouco tempo indefectível defensor das fontes de energia intermitentes Der Spiegel. Bastará ler o artigo datado de ontem - o que proponho aos leitores - Rising Energy Prices Endanger German Industry. Porque me parece amplamente ilustrar o equívoco de que escrevia há pouco (exacerbado na Alemanha pela decisão do governo de descontinuar a geração de electricidade a partir da energia nuclear), escolhi sublinhar estes dois trechos (tradução e realces meus):
Os operadores das redes de energia mais importantes estão em estado de alerta há semanas. O operador TenneT teve mesmo de recorrer a capacidade de reserva. Não obstante, já houve alguns problemas graves provocados por interrupções de fracções de segundo no fornecimento de energia, que os consumidores comuns nem sequer notam, mas que criam dificuldades para a indústria, devido à exigência de processos de produção altamente complexos(...)
A indústria está preocupada que não esteja claro como pretende o governo garantir o fornecimento de energia no futuro. Barragens hidroeléctricas dotadas de bombagem reversível teriam de ser construídas para armazenar energia para os períodos em que há pouco vento e sol. Mas não há praticamente nenhumas novas instalações actualmente em construção. Milhares de milhões também teriam de ser investidos em redes de energia fiáveis para que a electricidade gerada pelo vento possa ser transportada do litoral para a região industrial do Ruhr e para os estados do sul da Baviera e Baden-Württemberg. Mas os políticos federais e dos diferentes estados ainda estão brigando quanto a definir os traçados das novas linhas de transmissão necessárias e se será necessário enterrá-las. Finalmente, adicionais centrais térmicas a gás natural são urgentemente necessárias. Não é de estranhar, no entanto, que muito poucas empresas estejam preparadas para investir em instalações que podem ou não ser rentáveis, dependendo de como virão a soprar os ventos políticos amanhã.
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