Há uma semana atrás, numa audição perante um comité do Senado, Leon Panetta, secretário da Defesa dos EUA, afirmou "não haver indicações que o Irão esteja a construir uma arma nuclear" e, até, que "queira construir uma arma nuclear" enquanto o General Ronald Lee Burgess, director da Defense Intelligence Agency, por sua vez, testemunhou que "o Irão não pretende intencionalmente iniciar um conflito" (video). James Clapper, Director da National Intelligence, perante o mesmo comité, não disse coisa diferente (video) ainda que o seu interlocutor não seja da mesma opinião... O General Martin Dempsey, Chefe do Estado Maior conjunto das forças armadas dos EUA, declarou que "o regime iraniano não decidiu enveredar [...] pelo esforço de militarizar as suas capacidades nucleares" (video). Ou seja: há uma sintonia entre as autoridades americanas relevantes quanto à inexistência de armas nucleares iranianas e quanto à não decisão, pelo menos por agora, de que tenha sido tomada a decisão de as construir (e de as conseguir lançar).
E todavia, como nota Anthony Gregory, uma maioria significativa [71% segundo a CNN] dos americanos acredita que os iranianos já as detêm, o que constitui uma tremenda semelhança com o que sucedia, em Setembro de 2003, quanto à crença segundo a qual Saddam Hussein estaria ligado ao 11 de Setembro (70% dos americanos, segundo sondagens de então), o que como sabemos não era verdade nem, de resto, alguma vez tal tenha sido afirmado pelas autoridades americanas. Como explicar esta contradição entre as posições oficiais das autoridades (políticas, de espionagem e militares) e a opinião pública?
Talvez que uma explicação possa residir em títulos de que este, do WSJ, Iranian Leader Promotes Nuclear Plans, seja paradigmático (assim como este do Telegraph). Esta notícia está construída em torno de dois "pilares": um que reflecte a suspeita decorrente de a missão da AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica) não ter sido autorizada pelas autoridades iranianas a visitar um site militar que pretendia na passada 3ª feira; outro, de um discurso do próprio Ayatollah Khamenei, no dia seguinte (ontem), onde afirmou que o Irão não iria mudar a sua estratégia relativamente ao desenvolvimento do seu programa nuclear. Todavia, a par destas declarações, Khamenei afirmou igualmente (segundo a PressTV ligada ao regime) que "The Iranian nation has never pursued and will never pursue nuclear weapons" e que "considers the possession of nuclear weapons a grave sin and believes the proliferation of such weapons is senseless, destructive and dangerous".
Por que razão será que os media mainstream não fizeram eco destas declarações (pelo menos na forma) tão categóricas?
E todavia, como nota Anthony Gregory, uma maioria significativa [71% segundo a CNN] dos americanos acredita que os iranianos já as detêm, o que constitui uma tremenda semelhança com o que sucedia, em Setembro de 2003, quanto à crença segundo a qual Saddam Hussein estaria ligado ao 11 de Setembro (70% dos americanos, segundo sondagens de então), o que como sabemos não era verdade nem, de resto, alguma vez tal tenha sido afirmado pelas autoridades americanas. Como explicar esta contradição entre as posições oficiais das autoridades (políticas, de espionagem e militares) e a opinião pública?
Talvez que uma explicação possa residir em títulos de que este, do WSJ, Iranian Leader Promotes Nuclear Plans, seja paradigmático (assim como este do Telegraph). Esta notícia está construída em torno de dois "pilares": um que reflecte a suspeita decorrente de a missão da AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica) não ter sido autorizada pelas autoridades iranianas a visitar um site militar que pretendia na passada 3ª feira; outro, de um discurso do próprio Ayatollah Khamenei, no dia seguinte (ontem), onde afirmou que o Irão não iria mudar a sua estratégia relativamente ao desenvolvimento do seu programa nuclear. Todavia, a par destas declarações, Khamenei afirmou igualmente (segundo a PressTV ligada ao regime) que "The Iranian nation has never pursued and will never pursue nuclear weapons" e que "considers the possession of nuclear weapons a grave sin and believes the proliferation of such weapons is senseless, destructive and dangerous".
Por que razão será que os media mainstream não fizeram eco destas declarações (pelo menos na forma) tão categóricas?
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