Desde há décadas que se sucede, com intensidade e frequência crescentes, a realização de panóplias de ensaios empíricos que procuram estabelecer correlações entre a presença (ou ausência) num grupo alvo de estudo (de pessoas, de animais, de plantas) de uma dada substância e a ocorrência (ou não-ocorrência) de um certo fenómeno. De cada um destes ensaios, pelo menos dos que chegam ao seu termo, sai um "estudo" que, em regra, é muito apreciado pela imprensa e televisão já que lhes proporciona tema de notícia, quer "confirme" (ou "desminta") resultados de anteriores "estudos" dobre a mesma matéria. Ontem, tivemos mais um exemplo: Painel norte-americano recomenda fim do PSA para teste de rotina do cancro da próstata.
Se tiverem a paciência para lerem a notícia (presumo que mais provável para os homens que já passaram os 50 anos), encontrarão um padrão comum a milhentos outros estudos de índole exclusiva ou predominantemente estatística. Segundo o agora divulgado, não haverá "evidência" estatística que demonstre a utilidade do despiste do PSA, havendo inclusivamente suspeitas - estatísticas - que a sua realização sistemática (ortodoxia em vigor) possa inclusivamente conduzir à morte prematura de pessoas!
Mas, como sempre sucede com todo o estudo estatístico (e sem abordar o fenómeno da fraude científica, isto é, de resultados forjados), também a este lhe apontam problemas metodológicos que, a existirem, invalidariam as suas conclusões. Daqui resulta um fenómeno assaz curioso: em vez de se discutir a ciência relativa ao fenómeno que se pretende conhecer, discute-se a (in)correcção da metodologia estatística para o medir!
Tudo isto seria apenas de um domínio atribuível à excentricidade científica, não se desse o caso de ser através de processos desta natureza que se instituem novas práticas, novas ortodoxias, e se substituem outras (que tantas vezes "renascem" das cinzas para reganharem o estatuto perdido). Falando de saúde, não falamos de coisa pouca: no limite, falamos da vida e da morte. Nunca nos esqueçamos: a disciplina da Estatística, por sofisticados métodos quantitativos e probabilísticos que disponibilize para obter correlações, não pode substituir o conhecimento científico.
Se tiverem a paciência para lerem a notícia (presumo que mais provável para os homens que já passaram os 50 anos), encontrarão um padrão comum a milhentos outros estudos de índole exclusiva ou predominantemente estatística. Segundo o agora divulgado, não haverá "evidência" estatística que demonstre a utilidade do despiste do PSA, havendo inclusivamente suspeitas - estatísticas - que a sua realização sistemática (ortodoxia em vigor) possa inclusivamente conduzir à morte prematura de pessoas!
Mas, como sempre sucede com todo o estudo estatístico (e sem abordar o fenómeno da fraude científica, isto é, de resultados forjados), também a este lhe apontam problemas metodológicos que, a existirem, invalidariam as suas conclusões. Daqui resulta um fenómeno assaz curioso: em vez de se discutir a ciência relativa ao fenómeno que se pretende conhecer, discute-se a (in)correcção da metodologia estatística para o medir!
Tudo isto seria apenas de um domínio atribuível à excentricidade científica, não se desse o caso de ser através de processos desta natureza que se instituem novas práticas, novas ortodoxias, e se substituem outras (que tantas vezes "renascem" das cinzas para reganharem o estatuto perdido). Falando de saúde, não falamos de coisa pouca: no limite, falamos da vida e da morte. Nunca nos esqueçamos: a disciplina da Estatística, por sofisticados métodos quantitativos e probabilísticos que disponibilize para obter correlações, não pode substituir o conhecimento científico.
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