Para aqueles que subscrevem a ideia que subjaz ao título do post - que também creio serem a larga maioria -, Simon Black, o editor do Sovereign Man, apela aqui a que se exerça a faculdade de pensar ao mesmo tempo que se veja o que se passa à nossa volta.
Porque me revejo na sua análise, porque a liberdade não pode submeter-se à segurança, pois esta deriva daquela, procurei traduzir os excertos que se seguem, convidando ainda os leitores, mesmo que tecnologicamente mais avessos, a ler - e a seguir -, os conselhos que aqui se elencam para conseguir um melhor grau de protecção da sua privacidade na utilização de meios digitais (e que já em Perigo Público, num filme de 1998, se podia antever (ou seria já então realidade?)).
Em qualquer discussão sobre a privacidade, há invariavelmente alguém que diz: "Bem, se não se tem nada a esconder, nada se tem a temer."
Que treta pegada! Esta, que talvez seja uma das mais ignorantes declarações jamais proferidas, é, porém, aceite pela grande maioria das pessoas que ainda confia nos seus governos.
Ontem, o jornal britânico The Guardian publicou mais um exemplo da falácia total que constitui esta maneira de pensar .
Na quarta-feira desta semana, Michele Catalano e o seu marido, ambos residentes em Long Island, foram saudados por um bater à sua porta por uma brigada de luta anti-terrorista.
Aparentemente, as suas pesquisas no Google haviam despertado uma suspeita intensa. Ela estava pesquisando panelas de pressão. O seu marido estava à procura de mochilas.
Normalmente esses dois itens pareceriam completamente inofensivos. Mas, num mundo tão absurdo, dominado por uma consciência securitária, onde os corta-unhas são considerados armas mortíferas, uma panela de pressão e uma mochila são vistos como instrumentos vitais no kit de ferramentas de um terrorista... praticamente, Armas de Destruição Maciça.
E assim, uma equipa de seis agentes do governo Big Brother chegou à casa da família com armas no coldre e dispondo tacticamente os seus veículos para bloquear qualquer saída do local.
O marido foi interrogado e os agentes revistaram a casa à procura de quaisquer outras pistas terroristas.
No decorrer da troca de palavras, os agentes declamaram levar a cabo actividades como aquela "cerca de 100 vezes por semana".
Aparentemente, é isto que passa por ser uma sociedade livre nos dias de hoje, onde até mesmo as interacções online mais inofensivas acabam sendo escrutinadas por agentes armados.
E graças a um aparato interminável e crescente de vigilância online, os governos têm os meios para monitorizar... quase toda a gente.
É claro que eles querem que nós achemos que nada temos a temer desde que não tenhamos nada a esconder. Mas uma pessoa que exercite o pensamento e seja racional não pode neste momento ignorar os múltiplos sinais que estão diante de si sem compreender o quão fora de controlo se tornou o estado policial." (...)
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