quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Previsões e desejos

Há economistas que acham que a "boa economia" é aquela que é capaz de fornecer previsões (quantitivas)  aderentes à realiade futura (a "má economia" não o consegue fazer). Não partilho desta perspectiva. Estou, até, em desacordo profundo com ela por razões que, em post futuro, abordarei.

De qualquer modo, e parafraseando alguém que muito recentemente se pronunciou sobre o tema (e que não me consigo recordar), não podemos confundir "previsões" com manifestações de desejos. Vieira da Silva, um dos maiores incontinentes verbais do ministério em funções, à primeira vista, parece também ser defensor desta tese: não é que a previsão do crescimento do PIB português em 2010 vai ficar acima das previsões do governo? Bem, para além de se esquecer de dizer que 1,5% é apenas 3/4 de 2% (o crescimento médio esperado para o conjunto da União Europeia) e que, portanto, continuamos a divergir, não explica porque é que, apesar de um  maior crescimento da economia (mais exportações, mais impostos), o comportamento do saldo orçamental (sem fundo de pensões da PT e sem submarinos) é muito pior do que estava previsto pelo próprio governo ...

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