Ontem, Torres Couto deu uma estrevista ao Sol em que, a certa altura, afirma o seguinte: «Dentro do hemiciclo, todos batem palmas a Sócrates. Fora do hemiciclo, toda a gente está a pensar na sua vidinha e em torno de quem se vai agrupar no futuro. Já estão a trabalhar em quatro vagas de fundo, Assis, Seguro, Costa e César».
Torres Couto, dirão os leitores, já foi. De acordo. Mas têm reparado na coluna de António José Seguro no Expresso? Por exemplo, na sua crónica de 7-11-2009, escrevia: «Temos mais problemas e problemas mais graves. Os que chegaram com a crise e os que entretanto se agravaram. Também por isso, agem mal os que aguardam, sôfregos, pela passagem da crise, como se com ela fossem os nossos problemas»; em 2 de Outubro último afirmava: «A nossa principal prioridade só pode ser uma: o crescimento económico. O país não aguenta mais uma década de fraco crescimento. Nem é justo que as novas gerações possam continuar a ser sobrecarregadas com mais encargos decorrentes dos estilos de vida atuais».
E que dizer de Manuel Maria Carrilho? Ao seu estilo, é violentíssimo nas críticas que endossa a Sócrates sem recorrer a intermediários: «No meu partido não há nenhum debate sobre coisa nenhuma, desde a actual liderança» e - suprema heresia - acha necessário acabar com «[O] deslumbramento do betão e agora da tecnologia»
Embora eu seja daqueles que ache que Sócrates "só à bomba" será arredado do Governo e da liderança PS (o que sabe o homem fazer mais?), há quem esteja a trabalhar no pós-Sócrates. Isso é uma evidência. Porém, como a sondagem da semana passada indicava e Marcelo Rebelo de Sousa realçou, o PSD estava apenas 3 pontos à frente do PS, não a 15, resultado que se esperaria após a aprovação do pacote PEC III. Parece-me que as notícias de uma próxima morte política de Sócrates são muito extemporâneas...
2 comentários:
As sondagens são enganosas. A sondagem do desemprego e da fome farás os devidos estragos a seu tempo.
Por outro lado, temos de duvidar dos farrapos de eleitorado e mesmo da indústria de sondagens.
Abraço.
Caro Joshua,
As sondagens e a respectiva indústria valem o que valem. De acordo. Mas não é aconselhável que sejam automaticamente descartadas antes da sua leitura. Muito em especial quando, 10 dias após o céu nos ter caído em cima da cabeça, a sondagem de ontem da TVI ter repetido os resultados da do Expresso da semana passada...
Abraço
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