Como "[o]s jovens são os primeiros a sofrer quando há contracção abrupta e profunda do mercado de trabalho, dado que não têm nem experiência profissional nem ligações ao mundo do trabalho", o Governo vai proibir os estágios não remunerados. Sim, faz todo o sentido: quando a oferta de emprego se contrai, o remédio governamental consiste em contraí-la ainda mais! Que lógica sublime! Que costumeira desfaçatez!
Mas para que não restassem dúvidas que a ideia governamental é dificultar ao máximo a possibilidade de obtenção de um estágio profissional, que dizer da medida relativa à "integração dos estagiários na segurança social, garantindo que a carreira contributiva dos jovens se inicie mais cedo"! Ou seja, a pobre "bolsa" (dos estágios que apesar de tudo ainda se realizarem) são afinal fonte de receita parafiscal!
Mas como acontece frequentemente, o melhor está no fim. Ora atentem neste primor:
5 comentários:
Quando há uns tempos o desemprego subiu o Ministro da Economia disse que não é o Governo quem cria empregos. São as empresas.
Vieira da Silva, por uma vez, disse então algo de acertado.
Um estágio não remunerado não é um emprego!!
Um emprego (qualquer actividade de trabalho) só faz sentido se for remunerado.
Se estou errado então gostaria muito de empregar o autor do post (sem pagar claro).
Caro Anónimo,
Diz bem: um estágio não remunerado não é um emprego. Aliás, mesmo que seja remunerado, continua a parecer-me não se tratar de um emprego a não que, por emprego, se possa entender o prosseguir de uma "carreira" de profissionalização (conheco um par de casos).
Um estágio, visto por parte do estagiário, constitui a possibilidade de adquirir esperiência e conhecimento valorável pelo mercado na expectativa que a possa rentabilizar no futuro, profissional e monetariamente.
Visto por parte da entidade oferente, o estágio é frequentemente uma fonte de "chatices" pois é preciso encontrar tempo para acompanhar o estagiário, orientá-lo e ensiná-lo pois, as mais das vezes, os conhecimentos (quando existem...) por parte dos estagiários estão longe de ser os interessantes para a firma oferente (sei bem do que falo, já orientei dezenas deles).
É por essa razão que proibir estágios não remunerados constitui um excelente incentivo a que a oferta de estágios diminua e, por essa via, diminuam igualmente (ainda mais) as possibilidades de emprego para os jovens. Caramba, até Sérgio Sousa Pinto percebeu isso!
Caro Anónimo,
Diz bem: um estágio não remunerado não é um emprego. Aliás, mesmo que seja remunerado, continua a parecer-me não se tratar de um emprego a não que, por emprego, se possa entender o prosseguir de uma "carreira de profissionalização estagiária" (conheco um par de casos).
Um estágio, visto por parte do estagiário, constitui a possibilidade de adquirir experiência e conhecimento valorável pelo mercado na expectativa que a possa rentabilizar no futuro, profissional e monetariamente.
Visto por parte da entidade oferente, o estágio é frequentemente uma fonte de "chatices" pois é preciso encontrar tempo para acompanhar o estagiário, orientá-lo e ensiná-lo pois, as mais das vezes, os conhecimentos (quando existem...) por parte dos estagiários estão longe de ser os interessantes para a firma oferente (sei bem do que falo, já orientei dezenas deles).
É por essa razão que proibir estágios não remunerados constitui um excelente incentivo a que a oferta de estágios diminua e, por essa via, diminuam igualmente (ainda mais) as possibilidades de emprego para os jovens. Caramba, até Sérgio Sousa Pinto percebeu isso!
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