Apesar de toda a barragem de desinformação, parecia-me evidente o que aqui escrevi ontem a propósito de Teixeira dos Santos. O que o Expresso hoje divulga, com chamada à primeira página, confirma-o(*).
Terá sido pois Teixeira dos Santos quem forçou o pedido de ajuda, com a entrevista por escrito que deu ao Jornal de Negócios, retirando a Sócrates qualquer hipótese de recuo e obrigando-o, no próprio dia à noite, a anunciar ao país a decisão de formalizar esse pedido. Ora tal comportamento por parte de Teixeira dos Santos só pode significar que, no seu julgamento (e logo após a reunião com os banqueiros), se tinha chegado a uma situação limite e que o continuado bluff de Sócrates, na sua vã esperança na emergência de um novo mecanismo de ajuda europeia, tinha caído por terra.
Se foi isto que se passou, a Teixeira dos Santos é-lhe exigível esclarecer, antes das próximas eleições, de quem foi a responsabilidade de não se ter accionado o pedido de ajuda logo que se percebeu que os yields da dívida a 10 anos tinham estabilizado acima dos 7%, fasquia a partir da qual o próprio Teixeira dos Santos tinha declarado ser insustentável para o país.
Que não se repita o escândalo ocorrido nas eleições de 2009 onde se sonegou informação fundamental aos eleitores e se permitiu que um homem sem escrúpulos, que vive para o poder, continuasse a conduzir-nos para o abismo em que caímos.
(*) - Com a ressalva de o Expresso ter sido, ele próprio, meses a fio, um dos principais veículos de desinformação governamental.
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